Economia

Receita deixa de arrecadar R$ 25 bi por decisão do Carf

Por 5 votos a 3, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais decidiu que o Itaú não tem de pagar R$ 25 bi em tributos pela fusão com o Unibanco

Carf: vinculado à Receita Federal, o Carf julga, na esfera administrativa, a cobrança de multas e de tributos em atraso (Foto/Thinkstock)

Carf: vinculado à Receita Federal, o Carf julga, na esfera administrativa, a cobrança de multas e de tributos em atraso (Foto/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de abril de 2017 às 17h01.

Uma decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) impôs uma derrota bilionária à Receita Federal.

Por 5 votos a 3, o órgão decidiu que o Banco Itaú não tem de pagar R$ 25 bilhões em tributos pela fusão com o Unibanco.

A maioria do conselho entendeu que a estrutura societária utilizada pelos dois bancos no processo de fusão, em 2008, foi legal.

Para a maior parte dos conselheiros, não caberia cobrar Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por ganhos de capital, quando um patrimônio se valoriza ao ser vendido.

Vinculado à Receita Federal, o Carf julga, na esfera administrativa, a cobrança de multas e de tributos em atraso.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional informou que vai recorrer à Câmara Superior, a máxima instância do Carf, para tentar reverter a decisão.

Para a Receita Federal, a fusão gerou ganho de capital de R$ 17 bilhões.

Isso porque, em 2008, os acionistas do Unibanco receberam ações em duas etapas: primeiramente do Banco Itaú e depois da Itaú Holding (conglomerado que controla o banco).

Segundo o Fisco, as ações foram emitidas por R$ 12 bilhões, mas o Itaú recebeu R$ 29 bilhões ao repassar os papéis aos acionistas do Unibanco.

A cobrança de tributos sobre a fusão do Itaú e do Unibanco é o processo de maior valor que tramita no Carf.

Em julho do ano passado, a Operação Zelotes da Polícia Federal (PF) prendeu o ex-relator do processo sob a acusação de que ele tinha cobrado propina do Itaú para votar a favor do banco.

Segundo a PF, a própria instituição financeira denunciou o advogado e colaborou com as investigações.

O conselheiro foi desligado do Carf.

A Agência Brasil procurou o Itaú, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.

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