Gado da Minerva em uma fazenda em Barretos: no Brasil preços seguem sustentados por uma boa demanda para exportação, com um câmbio favorável para vendas externas (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2013 às 16h30.
São Paulo - Os preços globais da carne bovina deverão manter trajetória de alta até o início de 2014, sustentados pela firme demanda de países asiáticos e por uma oferta menor que a esperada, como no Brasil, apontou o Rabobank em relatório nesta segunda-feira.
"A demanda permanecerá forte, com a economia global lentamente se recuperando e a contínua melhora social nos países asiáticos, especialmente na China", apontaram os analistas do banco, o principal do mundo especializado em alimentos e agronegócio.
Eles apontaram ainda como positivo um esperado incremento nas vendas para a China, uma vez que o país iniciará as preparações para a temporada de festas do Ano Novo Chinês, em fevereiro.
Segundo o Rabobank, a indústria bovina também é beneficiada na competição com outras carnes, uma vez que estas também seguem com preços elevados no mercado global.
Brasil
No Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, os preços seguem sustentados por uma boa demanda para exportação, com um câmbio favorável para vendas externas.
"Os efeitos da desvalorização cambial se refletem em crescentes volumes exportados", disse o banco.
O banco ressaltou que as exportações no acumulado do ano subiram 26 por cento até agosto ante um ano atrás. Os volumes foram recordes para Hong Kong, de onde eventualmente, parte da carga é enviada para a China.
Do lado da produção, o banco observou que a menor disponibilidade de animais para abate vem puxando os preços da arroba bovina.
"Para o quarto trimestre, esperamos que os preços do gado continuem a se fortalecer no Brasil, liderados pelo aumento da exportação e menor disponibilidade de animais", avaliou o banco.
Acompanhamento do Rabobank indicou que o preço médio do boi no Brasil subiu 3 por cento no terceiro trimestre ante o trimestre anterior e 12 por cento ante igual período do ano passado.
"Estes aumentos de preço são resultado de uma oferta de animais de confinamento menor que o esperado e um aumento da demanda de exportação, como consequência do real desvalorizado", apontou o banco.
O preço da arroba bovina subiu 6,5 por cento em setembro, segundo levantamento da Esalq/BM&FBovespa, aproximando-se do recorde histórico registrado em 2010. Mas analistas avaliam que a menor predisposição dos consumidores em bancar preços elevados na carne bovina limitará o potencial de alta.