Economia

Questionado por apoiador, Bolsonaro não sabia o que era o PIX

O presidente Jair Bolsonaro achou que sistema de pagamentos do Banco Central, alternativa a TED e DOC, era algo relacionado à aviação civil

Bolsonaro: presidente disse que ainda iria se reunir com o BC para entender o PIX. Mas o sistema vem sendo discutido há pelo menos dois anos (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Bolsonaro: presidente disse que ainda iria se reunir com o BC para entender o PIX. Mas o sistema vem sendo discutido há pelo menos dois anos (Carolina Antunes/PR/Flickr)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 14h16.

Última atualização em 11 de agosto de 2022 às 12h53.

Ao ser perguntado por um apoiador, o presidente Jair Bolsonaro não soube comentar sobre o PIX, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central e cujas chaves começaram a ser liberadas hoje.

Nas imagens gravadas nesta segunda-feira, 5, o apoiador começa parabenizando o presidente pela entrada em vigor da ferramenta. O PIX é visto como um avanço positivo no sistema de pagamentos e vai facilitar as transferências bancárias.

"Parabéns pelo PIX aí, presidente", disse o apoiador. Quando Bolsonaro pareceu não entender do que se tratava, o apoiador continuou e explicou o que era o sistema.

Bolsonaro, por sua vez, respondeu achando que se referia ao Ministério da Infraestrutura, do ministro Tarcísio de Freitas. "Tem uma... não li... temos uma do Tarcísio essa semana que vai praticamente desregulamentar, desburocratizar tudo sobre aviação civil, carteira de habilitação para piloto", respondeu Bolsonaro.

"Não, esse é do Banco Central, para pagamentos", devolveu o apoiador, voltando a explicar o que era o PIX (veja no vídeo, que circula no Twitter).

Para se justificar, Bolsonaro responde que ainda vai conversar nesta semana com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Apesar da surpresa do presidente, o PIX é o tema da vez nas finanças há muitos meses. Há quem aponte que será uma verdadeira revolução no mercado bancário, e as principais empresas do setor financeiro no Brasil estão de olho no plano, que vem sendo encabeçado pelo BC em diálogo com a iniciativa privada.

O projeto vem sendo debatido com mais amplitude há pelo menos dois anos, quando uma normativa do Banco Central, em dezembro de 2018, deixou mais claras as mudanças. Depois, em 2019, o BC começou a delimitar o que seria de fato o PIX e as regras para que entrasse em vigor, o que começa a acontecer neste mês de novembro.

O que é o PIX

Com o PIX, por meio de um smartphone, consumidores e empresas podem fazer transferências de dinheiro em apenas 10 segundos em qualquer dia e a qualquer hora.

O pagamento instantâneo deverá substituir o DOC e a TED e fazer os grandes bancos perderam até 97 bilhões de reais em tarifas que deixaram de ganhar nos próximos cinco anos. 

A primeira etapa do lançamento do PIX começou nesta segunda-feira, 5, com o cadastramento de chaves. Desta maneira, a partir de hoje, os clientes de bancos poderão fazer registros de “chaves” que irão substituir — com o objetivo de simplificação das operações — dados atualmente obrigatórios como número do banco, agência, conta e CPF para recebimento de pagamentos e transferências (veja como funciona). 

A chave será o único dado vinculado à conta que o cliente terá que compartilhar para receber transferências ou pagamentos. Este dado pode ser o CPF, o número do celular, um e-mail ou uma chave aleatória, gerada no próprio app de sua instituição. 

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancosEXAME-no-InstagramJair BolsonaroPIX

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação