Economia

Quem são os desempregados brasileiros em 2018

O tempo médio de busca por emprego está em 14 meses, alta de dois meses em relação ao verificado em 2016, segundo pesquisa do SPC com a CNDL

Fila para se candidatar a um emprego no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

Fila para se candidatar a um emprego no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 16h47.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2018 às 17h49.

São Paulo - Uma mulher com filhos, ensino médio completo e 34 anos, em média: eis o perfil da pessoa desempregada no Brasil em 2018.

É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

59% dos desempregados são do sexo feminino, segundo a pesquisa, e 54% tem escolaridade até o ensino médio completo.

Quase todos (95%) pertencem às classes C/D/E e mais da metade (58%) têm filhos, a maioria menor de idade.

O tempo médio de busca por emprego está atualmente em 14 meses, alta de dois meses em relação ao verificado em 2016.

Cerca de dois terços dos entrevistados já haviam ficado desempregados anteriormente, contra um terço que está passando por isso pela primeira vez.

Foram ouvidas 600 pessoas em todas as capitais entre os dias 24 de novembro a 14 de dezembro de 2017.

A pesquisa mostra que no último emprego, 40% dos desempregados possuíam carteira assinada, 14% eram informais e 11% autônomos ou profissionais liberais. Já 8% dos desempregados atuais estão buscando a primeira oportunidade profissional.

Trajetória

O Brasil perdeu mais de 20 mil postos de trabalho formais em 2017. Foi o terceiro ano seguido no vermelho, mas o ritmo caiu drasticamente, já que o saldo havia sido negativo em mais de 1,3 milhão de empregos formais tanto em 2015 quanto 2016.

A taxa média de desemprego em 2017 ficou em 12,7%, a mais elevada dentro da série histórica iniciada em 2012.

Mas a trajetória ao longo do ano foi de ligeira queda, puxada principalmente pelo aumento do emprego informal e por conta própria.

“O mercado de trabalho começou a melhorar antes do que o esperado, só que pelo aumento do emprego informal. Agora começa a ver alguma retomada do emprego com carteira, mas que não se traduziu na queda da percepção de dificuldade de achar emprego”, disse Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, em reunião com jornalistas nesta terça-feira (20).

A pesquisa da SPC com a CNDL mostra que os desempregados estão divididos quanto o futuro do desemprego no Brasil em 2018: 31% acreditam que o desemprego irá aumentar, 31% que irá continuar igual e 24% que irá diminuir.

Mais da metade (53%) está confiante de que vai conseguir uma oportunidade nos próximos três meses. A expectativa média para conseguir um emprego é pouco mais de quatro meses.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), da Fundação Getúlio Vargas, registrou alta em janeiro pelo quinto mês seguido.

Ele indica aceleração no ritmo de recuperação do mercado de trabalho do Brasil no início de 2018, com retomada da geração de vagas formais.

“O cenário de melhora no nível de atividade econômica juntamente com a expectativa de contratação futura sugere continuidade da tendência de melhora do mercado de trabalho e de retorno à geração de vagas formais em 2018”, disse em nota o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, da FGV/Ibre.

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