Economia

Quem é Gabriel Galípolo, indicado por Lula para a presidência do Banco Central

Ele assume o lugar de Roberto Campos Neto, que deixa o cargo no fim do ano

Galípolo: atual diretor de Política Monetária foi indicado para assumir a presidência do BC (Washington Costa/Ascom/MF/Flickr)

Galípolo: atual diretor de Política Monetária foi indicado para assumir a presidência do BC (Washington Costa/Ascom/MF/Flickr)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 16h02.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 16h20.

Tudo sobreBanco Central
Saiba mais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira, 28, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central (BC).

Para assumir o cargo, Galípolo passará por uma sabatina no Senado Federal e terá de ter seu nome aprovado pelos senadores. A expectativa do governo é que a sabatina ocorra até o dia 17 de setembro.

Caso seja efetivado, Galípolo poderá ficar no cargo por quatro anos, podendo ser reconduzido por mais quatro. Ele assume o lugar de Roberto Campos Neto, que deixa o cargo no fim do ano.

A indicação de Galípolo já era esperada pelo mercado. O diretor de Política Monetária tem adotado um tom mais duro em relação à política monetária, sinalizando em mais de uma oportunidade que o Banco Central elevará os juros se entender que é necessário para atingir a meta de inflação.

Quem é Gabriel Galípolo?

Com 42 anos, Galípolo é formado em ciências econômicas e mestre em economia política, ambos pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Ele também é pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

O economista é o atual diretor de Política Monetária do BC e foi secretário executivo do Ministério da Fazenda em 2023, no início do governo Lula. Antes, teve cargos públicos na gestão José Serra em São Paulo, onde foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do estado em 2007 e diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do em 2008.

O indicado à chefia do BC foi presidente do Banco Fator por quatro anos, de 2017 a 2021, tendo deixado a instituição após o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) comprar a Fator Corretora.

Em 2009, fundou a Galípolo Consultoria, da qual é sócio-diretor. Foi professor da Graduação da PUC-SP, é professor do MBA de PPPs e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo em parceria com a London School of Economics and Political Science, e é membro do Grupo de Estudos em História e Filosofia da Física da UFRJ.

Qual é a função do presidente do Banco Central?

Segundo o BC, o presidente da instituição tem o papel de representar a autoridade monetária no país e no exterior; participar, como membro integrante, com direito a voto, das reuniões do Conselho Monetário Nacional (CMN); definir a competência e as atribuições dos membros da Diretoria; e se relacionar, em nome do governo federal, com instituições financeiras estrangeiras e internacionais.

Também é função do presidente do Banco Central decretar regime de resolução em instituições submetidas à fiscalização da instituição e designar o responsável por sua condução; presidir as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef).

Além disso, o presidente do BC deve integrar colegiados internacionais, tais como: Conselho de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) (dos Brics), Junta Governativa do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), Junta Governativa do FMI, Bank of International Settlements (BIS) e Financial Stability Board (FSB).

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralGabriel Galípolo

Mais de Economia

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês