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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.
Inflação em queda, mas sem a força e a velocidade esperadas. Esse é o cenário traçado para o primeiro semestre após a divulgação de alguns dos índices de fevereiro.
Nesta terça-feira (11/3), a FGV-RJ divulgou o IPC, que também mostra queda lenta. O índice registrou alta de 1,68% em fevereiro, um recuo em relação a janeiro (2,12%), e a dezembro do ano passado, quando a inflação ficou em 2,17%.
O Índice de Preços ao consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), por exemplo, apontou em fevereiro inflação em queda: 1,61%, depois de registrar 2,19% em janeiro. Apesar da queda, trata-se da maior inflação já registrada em um mês de fevereiro desde o início do Plano Real. O Índice do Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) também recuou. Ficou em 1,35% em fevereiro, queda de 1,57 ponto percentual em relação aos 2,92% registrados em janeiro. Outra vez, o resultado é elevado, se comparado ao 0,13% registrado em fevereiro de 2002.
Na avaliação do economista Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), pesou no resultado o item alimentação, que não arrefeceu como o esperado. Hortaliças e legumes, por problemas climáticos, continuaram a pressionar os preços. O dólar também não se desvalorizou em relação ao real como era projetado.
Mas, ainda que a inflação ceda mês a mês ao longo do primeiro semestre, continuará acumulando nos 12 meses anteriores percentuais elevados, porque a inflação em 2002 foi baixa. Esse quadro traz de volta o risco da reindexação, pois tende a haver pressão por novos reajustes, principalmente dos salários. O desafio neste primeiro semestre será vencer o fantasma da inflação passada , diz Campelo. O governo precisa manter uma política austera pra evitar a volta da indexação.
Outro problema neste primeiro semestre serão os efeitos da guerra entre Estados Unidos e Iraque. Vamos entrar num período crítico se a guerra se concretizar , diz Campelo. O conflito pode elevar o preço internacional do petróleo e provocar nova onda de instabilidade no câmbio, o que teria efeitos incalculáveis sobre a inflação brasileira. Nesta semana também serão divulgados a inflação de fevereiro medida pelos IPC-FGV (11/03), IGP-DI (13/3), IPCA e INPC (14/03). É esperar para ver se os temores se confirmam.