Economia

Queda do PIB não é novidade, retomada depende de reformas, diz Guedes

Guedes ressaltou que governo também pretende tocar adiante a reforma tributária, o choque de energia barata e reformular o pacto federativo

Paulo Guedes: "Nós já estávamos contando com a economia bastante estagnada nesse primeiro trimestre, mas nós estamos confiantes que a retomada vem aí" (Adriano Machado/Reuters)

Paulo Guedes: "Nós já estávamos contando com a economia bastante estagnada nesse primeiro trimestre, mas nós estamos confiantes que a retomada vem aí" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de maio de 2019 às 13h20.

Última atualização em 30 de maio de 2019 às 15h20.

Brasília - O ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou nesta quinta-feira que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre não é novidade para o governo, e ressaltou que a realização das reformas econômicas é fundamental para a retomada do crescimento econômico.

"Nós já estávamos contando com a economia bastante estagnada nesse primeiro trimestre, mas nós estamos confiantes que a retomada vem aí", afirmou ele a jornalistas, após reunião com parlamentares do Novo no Ministério da Economia.

"As pessoas têm que entender que precisamos das reformas exatamente para retomar o crescimento. A Previdência é apenas a primeira delas, que garante as aposentadorias e ao mesmo tempo vai criar estimulo à formação de poupança no Brasil e vai dar um horizonte de 15, 20 anos de estabilidade na parte fiscal", completou.

Guedes ressaltou que o governo também pretende tocar adiante a reforma tributária, o choque de energia barata e uma reformulação do pacto federativo para descentralizar recursos para Estados e municípios. Para o ministro, os investimentos estrangeiros vão começar a ingressar no país à medida que as reformas forem implementadas.

Aos jornalistas, ele citou uma série de outras iniciativas que o governo examina, incluindo a liberação de recursos do PIS/Pasep e de contas ativas e inativas do FGTS.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a economia sofreu uma contração de 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2018, com fraqueza na indústria, agropecuária e investimentos. Esta foi a primeira queda trimestral desde o fim de 2016, confirmando o quadro de dificuldades para a retomada e as preocupações com as perspectivas à frente.

Segundo Guedes, a equipe econômica deu especial foco à reforma da Previdência nesses primeiros meses de governo porque ela é crucial para endireitar as contas públicas.

"Nós não vamos fazer truques nem mágicas, nós vamos fazer as reformas sérias, fundamentos econômicos. E naturalmente, isso acontecendo, aprovando a reforma da Previdência, o horizonte de investimentos clareia", disse.

Ele disse que a mais recente estimativa do governo de crescimento do PIB em 2019, revisada para baixo para 1,6%, já contemplou a expectativa para o pífio desempenho da atividade no primeiro trimestre.

O ministro estimou ainda que o próximo trimestre "já deve começar a ser positivo".

"Já deve haver alguma reforma, porque nós estamos tendo apoio. O Congresso deve apoiar o 1 trilhão (de reais)", acrescentou ele, sobre a economia mínima que o governo almeja com a reforma da Previdência.

Após uma série de reuniões com bancadas de partidos em seu gabinete, no Ministério da Economia, Guedes avaliou que a classe política está dando "apoio realmente decisivo".

Questionado sobre a possibilidade de o Banco Central baixar os juros básicos, atualmente no piso histórico de 6,5 por cento, para estimular a economia, ele afirmou que isso não pode ser feito sem medidas efetivas para melhorar a situação das contas públicas.

"Você só pode baixar os juros se tiver o regime fiscal em pé. Então na hora que você fizer a reforma da Previdência, as expectativas vão ser de equilíbrio fiscal e na mesma hora os juros vão começar a descer em mercado, e o Banco Central deve sancionar (a diminuição da Selic)", disse.

"Mas tudo isso exige as reformas antes. Você não pode fazer voluntarismo com política econômica e levar Brasil para o buraco", acrescentou.

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