Economia

Queda do petróleo não impacta produção nos EUA, diz IEA

Projetos norte-americanos podem suportar a queda das cotações que aperta outros produtores


	Refinaria de petróleo: Brent está em torno de 88 dólares por barril, uma queda de mais de 23 por cento desde o pico do ano
 (Getty Images)

Refinaria de petróleo: Brent está em torno de 88 dólares por barril, uma queda de mais de 23 por cento desde o pico do ano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 12h58.

Londres - A vasta maioria do petróleo não convencional nos Estados Unidos é produzido a um custo muito abaixo do preço atual do petróleo, afirmou nesta segunda-feira a chefe da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), o que significa que os projetos norte-americanos podem suportar a queda das cotações que aperta outros produtores.

O petróleo Brent está em torno de 88 dólares por barril, uma queda de mais de 23 por cento desde o pico do ano, que ficou acima de 115 dólares em junho, aumentando a preocupação de que alguns projetos de petróleo não convencional podem tornar-se inviáveis do ponto de vista comercial.

No entanto, a diretora-executiva da IEA, Maria van der Hoeven, disse que apenas uma pequena minoria da produção de óleo não convencional seria afetada pela queda nos preços para mínimas de quase quatro anos.

"Cerca de 98 por cento do petróleo bruto e dos condensados dos Estados Unidos têm um preço de equilíbrio abaixo de 80 dólares, e 82 por cento têm um 'breakeven' de 60 dólares ou menos", disse ela à Reuters em uma entrevista nos bastidores do lançamento da publicação Perspectivas para Energia na África.

A Arábia Saudita está discretamente avisando para agentes do mercado que está confortável com preços notadamente menores do petróleo por um período prolongado, em uma mudança drástica de política que pode ter o objetivo de desacelerar a expansão de produtores rivais, incluindo os que operam na região do gás não convencional nos Estados Unidos e em águas ultraprofundas.

Alguns membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estão pedindo cortes urgentes na produção para empurrar os preços globais de volta para mais de 100 dólares o barril, uma vez que dependem fortemente das exportações de petróleo para equilibrar seus orçamentos, mas outros países, como a Arábia Saudita, dão mostras de que têm situação menos apertada.

Van der Hoeven disse que a queda do preço do petróleo poderia dar um impulso muito bem-vindo a países que são fortemente dependentes de importações de petróleo.

"Notamos mais de uma vez nos últimos anos que o preço relativamente alto do petróleo realmente coloca um fardo sobre os consumidores de petróleo. O que vemos agora com esses preços muito mais baixos, para os consumidores, é um alívio bem-vindo." No entanto, ela acrescentou que a situação pode tornar a vida mais difícil para os exportadores, que contam com a renda da venda de petróleo.

"É um benefício para a economia global, mas pode ter algumas consequências", disse ela. "A recente queda de preço vai apresentar alguns desafios para os produtores que se baseiam em premissas orçamentárias com preços do petróleo acima de 100 dólares por barril." O relatório mensal da IEA sobre o mercado de petróleo, será divulgado na terça-feira.

(Por Simon Falush) REUTERS GB RS

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