A presidente de Argentina, Cristina Kirchner, testa um protótipo da Renault: no total, 70% da produção da Renault Argentina é exportada e o Brasil recebe 80% destas vendas (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2012 às 07h42.
Buenos Aires - A montadora francesa Renault licenciou 1.600 de seus 1.800 empregados de uma fábrica na Argentina, que ficará paralisada durante ao menos duas semanas devido à queda nas vendas de veículos no Brasil, informou nesta terça-feira uma fonte sindical.
A fábrica de Santa Isabel de Córdoba "licenciou 1.600 dos 1.800 funcionários e anunciou uma paralisação da produção até, ao menos, o dia 10 de julho, diante do acúmulo de estoque", informou Leonardo Almada, porta-voz do Sindicato dos Metalúrgicos em Córdoba (700 km ao norte de Buenos Aires).
A unidade funcionará com apenas 20% de sua capacidade, precisou Almada, acrescentando que a decisão se deve à queda das vendas no Brasil.
Os operários licenciados receberão 75% de seu salário durante o período de paralisação, como foi acertado com o sindicato.
No início de junho, a Renault argentina já havia reduzido o turno na mesma unidade diante da desaceleração das vendas no Brasil, o principal sócio da Argentina no Mercosul.
Entre janeiro e maio passados, o Brasil comprou 30,6% menos das montadoras de veículos instaladas na Argentina em relação aos cinco primeiros meses de 2011, segundo números oficiais.
No total, 70% da produção da Renault Argentina é exportada e o Brasil recebe 80% destas vendas externas.
As exportações argentinas de automóveis e utilitários caíram de 191 mil unidades entre janeiro e maio de 2011 a cerca de 141 mil no mesmo período de 2012.
Com 36.389 veículos fabricados nos primeiros quatro meses de 2012, a Renault representa 17% da produção automotiva local, atrás da General Motors e da PSA Peugeot-Citroën, segundo a Associação de Fabricantes de Automóveis (Adefa).