Economia

Queda da inflação mostra efeitos do ajuste fiscal, diz Meirelles

A inflação oficial fechou abril com variação de 0,14%, resultado 0,11 ponto percentual inferior ao de março

Henrique Meirelles: segundo o ministro, a desaceleração da inflação indica uma melhora da confiança dos agentes econômicos e, consequentemente, um ajuste da economia (Ruben Sprich/Reuters)

Henrique Meirelles: segundo o ministro, a desaceleração da inflação indica uma melhora da confiança dos agentes econômicos e, consequentemente, um ajuste da economia (Ruben Sprich/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de maio de 2017 às 16h57.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (10) que a queda da inflação mostra que o ajuste fiscal está surtindo efeito.

"É uma notícia positiva, a inflação está reagindo ao ajuste fiscal, taxa de juros estrutural caindo. O que leva também a uma queda da inflação à medida que a economia demanda menos taxa de juros de equilíbrio", disse após participar do congresso da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou abril com variação de 0,14%, resultado 0,11 ponto percentual inferior ao de março (0,25%).

Com o resultado de abril, a inflação dos últimos 12 meses é de 4,08%, a menor taxa em 12 meses desde julho de 2007.

Segundo Meirelles, a desaceleração da inflação indica uma melhora da confiança dos agentes econômicos e, consequentemente, um ajuste da economia.

"Em uma situação de incerteza, os formadores de preço tendem a aumentar os preços mesmo que a demanda esteja baixa, para poder se defender. No momento que existe um ajuste fiscal, que a política monetária do Banco Central é bem-sucedida e firme, nós temos uma queda das expectativas de inflação, os tomadores de preços tendem a aumentar menos os preços. A inflação cai, refletindo a situação do país", acrescentou.

Desemprego

Segundo Meirelles, o desemprego deve acompanhar a melhora da economia e começar a cair na segunda metade do ano.

"Nossa expectativa é que o desemprego comece a cair a partir do segundo semestre. O desemprego reage com uma certa defasagem em relação a atividade econômica", ressaltou.

Os últimos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil fechou o mês de março com 14,2 milhões de desempregados, uma taxa de 13,7%, ante os 10,9% registrados no mesmo período de 2016.

O ministro disse também que a economia deve voltar a crescer a um ritmo consistente no final do ano.

"Chegaremos ao final do ano crescendo bem. Esperamos entrar em 2018 com o ritmo de crescimento de cerca de 3% ao ano", destacou.

Esse resultado depende, no entanto, segundo Meirelles, da votação das reformas, em especial a da Previdência, no Congresso Nacional.

"Nossa expectativa é que as reformas sejam aprovadas no primeiro semestre. Agora, se porventura, alguma votação importante for deixada para agosto, não é o ideal, mas em uma reforma de longo prazo, não é isso que vai influenciar o sucesso da reforma. Agora, esses dois meses podem ser muito importantes para a expectativa e o crescimento econômico deste ano e do próximo."

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