Economia

Queda da confiança do consumidor ainda não é tendência, diz FGV

Para o coordenador da pesquisa da FGV, recuo em fevereiro sinaliza a acomodação do resultado em patamar mais realista, após um período de grande otimismo marcado por uma forte alta do índice no mês anterior

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

O Índice de Confiança do Consumidor, divulgado nesta quinta-feira (23/2) pela Fundação Getúlio Vargas, mostra queda de 2,1% entre janeiro e fevereiro, passando de 110,5 para 108,2 pontos. O recuo, porém, não deve ser visto com preocupação, segundo o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloísio Campelo. "Não há elementos para dizer que houve uma mudança de tendência, na direção de maior pessimismo. O que podemos supor é que ocorreu uma acomodação do índice, após a forte alta de janeiro", diz.

No mês retrasado, o índice de confiança havia crescido 6,7%, para 110,5 pontos. Campelo observa que vários elementos ainda apontam um cenário de confiança dos consumidores. O primeiro é que, apesar do decréscimo, o índice de fevereiro ainda é 4,6 pontos maior que o de dezembro do ano passado. Outro ponto destacado pelo pesquisador é a expectativa dos consumidores de que a inflação e os juros continuarão em queda. "Essas expectativas podem até postergar as compras no curto prazo, mas mostram uma confiança dos compradores na aceleração da economia", afirma.

Para Campelo, o recuo do nível de confiança apenas o trouxe para um patamar mais realista, alinhado a outros indicadores de desempenho econômico, como a produção industrial. "A recuperação da indústria também está ocorrendo de modo mais lento que o esperado", diz. Essa percepção determinaria um otimismo mais moderado da população, que sentiria sinais difusos de crescimento.

Entre os itens abordados na sondagem, a confiança dos consumidores em sua atual situação financeira também recuou 3,3%, para 106,1 pontos. As expectativas quanto ao futuro também se deterioraram 1,4% e somaram 109,4 pontos. A parcela dos entrevistados que prevêem melhora em sua situação financeira nos próximos meses caiu de 37,3% para 35,9%. Já o percentual dos que esperam piora subiram de 4,3% para 4,7%.

A sondagem baseou-se em entrevistas realizadas em 2 000 domicílios em sete capitais brasileiras. As consultas ocorreram entre 30 de janeiro e 20 de fevereiro.

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