Economia

Quase metade da população vive com alguém que recebe auxílio emergencial

O IBGE divulgou nesta quinta-feira a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de junho, no seu formato especial para o contexto da pandemia

 (Andre Coelho/Getty Images)

(Andre Coelho/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 23 de julho de 2020 às 09h48.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 11h03.

Em junho, foi de 38,7% para 43% a porcentagem de domicílios brasileiros que receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia, informou nesta quinta-feira, 23, o IBGE por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) no seu formato especialmente desenhado para o contexto da covid-19.

O número corresponde a cerca de 29,4 milhões de domicílios, o que significa que quase metade da população (49,5%), cerca de 104,5 milhões de pessoas, viviam em domicílios em que, pelo menos, um morador recebeu o auxílio de R$ 600 ou o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, destacou o IBGE.

No levantamento, o instituto monitora não só a questão do emprego e renda, mas também quem está reportando sintomas da doença e quais as providências tomadas.

O valor distribuído até agora pelo governo em socorro à população mas vulnerável chega a R$ 27,3 bilhões de reais, diz o Instituto, sendo que metade da população brasileira, formada pelos estratos mais baixos de renda, recebeu 75,2% das transferências.

PNAD_COVID_Auxilio_Emergencial_Junho (IBGE/Divulgação)

Desde o dia 04 de maio, o IBGE está fazendo entrevistas semanais em 48 mil domicílios, totalizando cerca de 193 mil casas por mês. A amostra é fixa, permitindo um monitoramento constante do mesmo universo de pessoas.

Desemprego

A população ocupada caiu para 83,4 milhões de trabalhadores, segundo a Pnad Covid-19 mensal, em junho. O movimento acompanhou a taxa de desocupação, que subiu de 10,7% em maio para 12,4% no mês seguinte, atingindo 11,8 milhões de pessoas.

Vale resslatar que essa versão da Pnad é diferente da divulgada normalmente pelo IBGE com a taxa de desemprego, que abarca um conjunto mais amplo de indicadores e são separados por estados.

Há indícios também de que o mercado de trabalho está começando a reagir, segundo Cimar Azeredo, diretor adjunto de pesquisas do IBGE, já que há mais dinheiro proveniente de trabalho circulando em junho do que em maio. 

Esse movimento é evidenciado pelo aumento verificado em junho da massa de rendimento efetiva (a soma do que todos os trabalhadores recebem), que foi de R$ 157 bilhões vai para R$ 159 bilhões, apesar da queda na população ocupadano mês. 

Em junho, também continuou caindo o número de pessoas (7,1 milhões) que ficou sem a remuneração do trabalho devido ao distanciamento social. Esse contingente é menor que o registrado no mês passado (9,7 milhões), ressalta o IBGE, mas ainda corresponde a quase metade (48,4%) do total de pessoas afastadas do trabalho.

 

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