Economia

Quando expectativa econômica cai, venda de cachaça dispara

O brasileiro está bebendo para esquecer a crise. Quanto menor a expectativa econômica, maior é a quantidade de cachaça vendida, diz estudo do PeopleScope

Copos com cachaça (.)

Copos com cachaça (.)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de agosto de 2016 às 06h00.

Última atualização em 26 de março de 2019 às 20h05.

São Paulo - Para esquecer da crise, o brasileiro está bebendo - cachaça, mais especificamente.

Um estudo do PeopleScope divulgado recentemente pelo Ibope DTM, unidade do IBOPE Inteligência e do SPC Brasil, encontrou uma correlação que foi batizada de "Índice da Cachaça".

Quanto menor a expectativa do consumidor, medida mensalmente pelo IBOPE Inteligência e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pelo Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), mais garrafas de cachaça são vendidas em 3 redes varejistas monitoradas no Sudeste.

Em dezembro de 2015, quando o INEC acumulava queda de 11,8% em relação ao mesmo período de 2014 e estava 12,2% abaixo de sua média histórica, as vendas de garrafa de cachaça chegaram ao seu maior nível.

O PeopleScope dividiu a população brasileira em 13 macrosegmentos e 42 segmentos e encontrou o "efeito cachaça" em todos e independente de classe, mas em diferentes intensidades.

"As pessoas trocaram o lazer externo pelo interno", diz Bernardo Canedo, presidente executivo do Ibope DTM. Ele diz que o efeito é maior com a cachaça mas também foi visto em outras bebidas.

De 7 categorias de produtos vendidos no mercado, a que engloba bebidas, frutas, legumes e verduras foi a única cujos gastos subiram em 2015 na comparação com o ano anterior.

Enquanto a quantidade de itens comprados caiu 4,6%, o valor médio gasto com alcoólicos subiu 1,1% e a ida ao mercado para comprá-los aumentou 4,4%.

“O aperto financeiro nos últimos anos no país obrigou o brasileiro a ajustar seus gastos, mas alguns itens quase sempre observam um aumento no ticket médio, ajustado pela inflação no período”, diz Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil.

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