Economia

Qual o valor do salário mínimo em 2025? Veja histórico dos últimos 10 anos

Reajuste de 7,95% em 2025 segue a política de valorização do mínimo que considera inflação e crescimento do PIB

Publicado em 3 de junho de 2025 às 07h45.

Última atualização em 3 de junho de 2025 às 07h56.

Tudo sobreSalário mínimo
Saiba mais

O salário mínimo no Brasil sofreu reajustes anuais que resultaram em um aumento significativo nos últimos dez anos. De R$ 788,00 em 2015, o valor passou para R$ 1.518,00 em 2025, o que representa mais que o dobro em uma década.

O reajuste para 2025, fixado em R$ 1.518,00, corresponde a um aumento de 7,95% em relação ao piso de 2024, segundo o Decreto 12.342, publicado em 30 de dezembro de 2024.

A política de valorização do salário mínimo considera a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores, limitado a 2,5%.

Segundo o governo, essa regra visa garantir poder de compra real aos trabalhadores, equilibrando a correção monetária com a evolução econômica do país.

Os reajustes entram em vigor no dia 1º de janeiro, mas o pagamento com o novo valor começa a ser feito a partir da folha de pagamento de fevereiro do respectivo ano. Essa prática evita atrasos na remuneração e facilita a adequação dos sistemas de pagamento.

Salário mínimo ideal é de R$ 7.638

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) aponta que o salário mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas deveria ser cerca de R$ 7.638,62 em abril de 2025 — aproximadamente cinco vezes o valor oficial. Esse cálculo considera despesas essenciais como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme determina a Constituição.

Entre 2019 e 2022, o salário mínimo praticamente não teve aumento real, acompanhando apenas a inflação, segundo o DIEESE. Isso reduziu o poder de compra dos trabalhadores, principalmente diante do aumento dos preços dos alimentos, que impactam diretamente o orçamento das famílias.

O DIEESE também estima que o salário mínimo de R$ 1.518,00 gera um incremento de R$ 81,5 bilhões na renda da economia e R$ 43,9 bilhões em arrecadação tributária sobre o consumo, beneficiando cerca de 59,9 milhões de pessoas com rendimento referenciado no salário mínimo.

[grifar]Em 2015, o DIEESE destacou que o salário mínimo fixado em R$ 788 representava um reajuste de 8,84% em relação a 2014 (R$ 724,00). Esse aumento resultou da soma da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2013 com a inflação medida pelo INPC de 6,23% em 2014.

Naquele ano, o DIEESE ressaltou que esse valor nominal de R$ 788 foi o maior salário mínimo real (corrigido pela inflação) desde 1983, indicando um ganho real acumulado de 76,54% desde 2002. A instituição também estimou que cerca de 46,7 milhões de pessoas tinham rendimento referenciado no salário mínimo.

Em 2005, o salário mínimo era R$ 300. Para o DIEESE, o valor à época também era insuficiente diante das necessidades reais dos trabalhadores brasileiros.

Para suprir as despesas básicas de uma família composta por dois adultos e duas crianças, o salário mínimo necessário há duas décadas deveria ser superior a R$ 1.500,00 — mais de cinco vezes o valor oficial daquele ano.

Confira o valor do salário mínimo nos últimos 10 anos

AnoValor do salário mínimo (R$)Base legal / Decreto
2015788,00Decreto 8.381/2014
2016880,00Decreto 8.618/2015
2017937,00Lei 13.152/2015
2018954,00Decreto 9.255/2017
2019998,00Decreto 9.661/2019
20201.039,00 (jan) / 1.045,00 (fev)MP 916/2019 e MP 919/2020
20211.100,00MP 1021/2020
20221.212,00MP 1091/2021
20231.302,00 (jan) / 1.320,00 (mai)MP 1.143/2022 e MP 1.172/2023
20241.412,00Decreto 11.864/2024
20251.518,00Decreto 12.342/2024
Acompanhe tudo sobre:Salário mínimoDinheiroSalários

Mais de Economia

Exclusivo: Caixa reforçará oferta de crédito no varejo e atacado após lucro de R$ 4,9 bilhões

Pacote fiscal: corte de despesas estará entre medidas que serão anunciadas pelo governo, diz Alckmin

Associação critica aumento de tarifas dos EUA sobre o alumínio brasileiro e pede ação do governo

Anac revoga suspensão do transporte aéreo dos Correios após acordo de segurança