Putin propôs suavizar a controversa reforma da previdência proposta por seu governo (Mikhail Klimentyev/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de agosto de 2018 às 10h15.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs nesta quarta-feira em uma mensagem à nação suavizar a controversa reforma da previdência proposta por seu governo e rejeitada pela grande maioria da população.
Assim, o chefe do Kremlin propôs aumentar a idade de aposentadoria para as mulheres em cinco anos (de 55 a 60), ao invés dos oito (até 63) que contempla o projeto do Executivo.
"O tratamento na Rússia para as mulheres é especial, cuidadoso. Entendemos que elas não só trabalham em seus locais de trabalho, mas, como regra geral, se encarregam de toda a casa, com o cuidado da família, a educação dos filhos e as preocupações com os netos", assinalou Putin.
O presidente russo também explicou uma série de medidas para as mães, que poderão se aposentar em entre três e cinco anos antes, em função do número de filhos.
"Se a mulher tem três filhos, poderá se aposentar três anos antes do prazo. Se são quatro, serão quatro anos antes. Já para as mulheres que tenham cinco filhos ou mais, tudo deve continuar como até agora, elas poderão se aposentar aos 55 anos", acrescentou o líder russo.
Além disso, Putin manteve o aumento da idade de aposentadoria para os homens, que passará dos 60 atuais para 65 anos.
Putin anunciou que suas propostas serão introduzidas em breve como emendas ao projeto de lei que o parlamento já aprovou em primeira leitura.
Entre outras muitas medidas voltadas a suavizar o projeto inicial e reduzir o descontentamento popular, o líder russo propôs manter os benefícios tributários e as subvenções que correspondem aos aposentados a partir das idades contempladas na legislação atual.
"São coisas muito importantes para a gente. Tais como o transporte público gratuito, subvenções para os serviços comunitários, reformas de imóveis, gaseificação, compra de remédios e outras", disse Putin.
O presidente russo também se referiu a uma das maiores preocupações dos cidadãos, que temem que os empregadores vão preferir demitir seus funcionários mais velhos ao invés de mantê-los em seus postos de trabalho até os 65 anos no caso dos homens e 60 no das mulheres.
"Considero necessário estabelecer a responsabilidade administrativa e inclusive penal pela demissão de trabalhadores em idade de pré-aposentadoria, assim como pela recusa de contratar cidadãos por sua idade (elevada)", comentou Putin.
A Rússia vem registrando vários protestos e manifestações contra a reforma da previdência anunciada em plena Copa do Mundo de futebol no país entre junho e julho.