Economia

Protecionismo de Trump afetará crescimento mundial, diz Argentina

O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, destacou que o crescimento já avança lentamente desde 2012

Nicolas Dujovne: efeitos para a Argentina devem ser menores do que os sentidos em outros países (Marcos Brindicci/Reuters)

Nicolas Dujovne: efeitos para a Argentina devem ser menores do que os sentidos em outros países (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 14h13.

Buenos Aires - O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, afirmou nesta segunda-feira que o protecionismo exacerbado não é bom para o crescimento global e destacou que se essa for a postura adotada pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o comércio internacional será negativamente afetado.

Em entrevista à rádio local "La Red", Dujovne explicou que a aplicação de medidas protecionistas terá um efeito negativo sobre o crescimento econômico mundial, que já avança lentamente desde 2012.

No entanto, os efeitos para a Argentina devem ser menores do que os sentidos em outros países. Segundo o ministro, a principal relação econômica entre Buenos Aires e Washington ocorre no mercado financeiro. Por esse motivo, o governo do presidente Mauricio Macri decidiu buscar crédito antes da chegada de Trump ao poder.

"Passamos os últimos dias fechando boa parte da necessidade de financiamento que o país tinha. Qualquer impacto vai ser minimizado", previu Dujovne, parabenizando o ministro das Finanças, Luis Caputo, de conseguir US$ 7 bilhões no mercado da dívida.

Sobre as perspectivas econômicas, Dujovne antecipou que, em linha com o que o governo afirma desde o início do ano, a economia crescerá pelo menos 3%. Em 2016, o governo de Macri conseguiu "estabelecer os fundamentos de uma economia mais saudável, sem remendos, e pronta para crescer".

"Passamos por um momento bastante difícil na primeira metade do ano, onde o emprego formal na Argentina cresceu junto com uma redução dos salários reais, mas, a partir de agosto, vimos que o mercado de trabalho se estabilizou", disse o ministro, citando a criação de 24 mil postos de trabalho mensais desde outubro.

Dujovne afirmou que as políticas econômicas do governo Macri não mudaram e que o objetivo principal segue como a redução do déficit fiscal do país de maneira gradual.

"Queremos reduzir o déficit de maneira gradual, reduzir os impostos distorcidos e aumentar os gastos em infraestrutura", explicou o ministro, já citando metas de médio prazo.

Questionado sobre a pobreza no país, que, segundo os dados do Índice Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) ultrapassa 32% da população, Dujovne afirmou que, para erradicá-la, é preciso evitar grandes crises macroeconômicas.

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