Boletim Focus: perspectiva para inflação em 2016 subiu para 7,25%, mas para o ano que vem foi mantida em 5,5% (ThinkStock)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 09h12.
São Paulo - Economistas de instituições financeiras elevaram pela quinta vez seguida a expectativa para a alta dos preços neste ano mas deixaram inalterada a previsão para o ano que vem depois que a ata da última reunião do Banco Central mostrou piora na sua previsão para 2016 mas a inflação em 2017 no centro da meta.
A pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira indicou alta de 0,06 ponto percentual na expectativa para o avanço do IPCA este ano, a 7,25 por cento, superando o teto da meta do governo, de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.
A estimativa para o ano que vem, por sua vez, continuou pela quinta semana seguida em 5,50 por cento, dentro da meta para 2017, que é de 4,5 por cento com tolerância de 1,5 ponto.
Para a Selic, não houve alteração nas expectativas de que ela encerrará este ano a 13 por cento e 2017 a 11,25. O Top 5 --grupo que mais acerta as projeções no Focus-- também não mostrou mudanças, com a taxa básica de juros fechando 2016 a 13,75 por cento e o ano que vem a 11,25 por cento.
Depois de decidir pela manutenção da taxa básica de juros em 14,25 por cento, o Comitê de Política Monetária do BC reforçou na semana passada na ata dessa reunião que não há espaço para redução da taxa básica de juros.
O BC ainda elevou suas estimativas para a inflação em 2016, mas para 2017 cortou suas estimativas, projetando que a inflação ficará no centro da meta.
Essa foi a última reunião antes de Ilan Goldfajn assumir o comando do BC. O novo presidente afirmou ao assumir o cargo que a autoridade monetária poderá usar com "parcimônia" as ferramentas cambiais e reforçou o compromisso em levar a inflação para o centro da meta oficial do governo.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados passaram a ver agora contração neste ano de 3,44 por cento, contra queda antes de 3,60 por cento.
A economia brasileira iniciou o segundo trimestre praticamente estagnada, com variação positiva de 0,03 por cento em abril pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), mas interrompeu quase um ano e meio de quedas.
Em 2017 a recuperação esperada contiua sendo de um crescimento de 1,00 por cento.