Economia

Projeção para a inflação em 2014 cai para 6,39%

Instituições financeiras reduziram a projeção para a inflação oficial este ano, que continua próxima do teto da meta do governo


	Sede do Banco Central: é função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Sede do Banco Central: é função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 09h59.

Brasília - Após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo das expectativas na última semana, as instituições financeiras reduziram a projeção para a inflação oficial este ano.

A estimativa ficou em 6,39% e continua, portanto, próxima do teto da meta (6,50%) estabelecida pelo governo.

Nas últimas duas semanas, a projeção ficou no teto da meta e na pesquisa às instituições financeiras divulgada no dia 22, a projeção para o IPCA chegou a ultrapassar o limite superior, atintir 6,51%.

Para 2015, a estimativa segue em 6%, há quatro semanas.

As projeções são da pesquisa semanal que o Banco Central (BC) faz a instituições financeiras.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última sexta-feira (9), em abril o IPCA apresentou variação de 0,67%, 0,25 ponto percentual inferior à alta do mês de março (0,92%).

Com este resultado, o IPCA, que é utilizado pelo governo para balizar as metas de inflação fixadas pelo BC, acumula nos primeiros quatro meses do ano alta de 2,86%, acima da taxa de 2,5% em igual período de 2013.

Em 12 meses encerrados em abril, o IPCA ficou em 6,28%.

É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta.

Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.

Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.


Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

A mediana das expectativas (que desconsidera os extremos nas projeções) das instituições financeiras para a Selic, ao final deste ano, segue em 11,25% ao ano.

Para o final de 2015, a projeção também não foi alterada (12,25% ao ano).

Atualmente, a Selic está em 11% ao ano, após passar por nove altas seguidas.

Apesar de esperar uma Selic maior ao final do ano, as instituições não esperam que o aumento venha na reunião do Copom deste mês.

Para maio, a previsão é manutenção da Selic no atual patamar.

A pesquisa semanal do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi alterada de 7,39% para 7,25%, em 2014.

Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,32% para 7,21%, este ano.

Em 2015, a projeção para os dois índices segue em 5,5%.

A estimativa da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 6,06% para 6,10%, este ano, e permanece em 5%, em 2015.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Governo corta verbas para cultura via Lei Aldir Blanc e reduz bloqueio de despesas no Orçamento 2024

Governo reduz novamente previsão de economia de pente-fino no INSS em 2024

Lula encomenda ao BNDES plano para reestruturação de estatais com foco em deficitárias

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária