Economia

Projeção de déficit em contas externas cai para US$ 65 bi

Déficit em transações correntes, saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o mundo, deve representar 3,71% do PIB


	Sede do Banco Central em Brasília: de janeiro a agosto, o saldo negativo ficou em US$ 46,148 bilhões, contra US$ 65,248 bilhões nos oito meses de 2014
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Sede do Banco Central em Brasília: de janeiro a agosto, o saldo negativo ficou em US$ 46,148 bilhões, contra US$ 65,248 bilhões nos oito meses de 2014 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 11h21.

O Banco Central (BC) revisou a projeção para o saldo negativo das contas externas de US$ 81 bilhões para US$ 65 bilhões, este ano.

Esse déficit em transações correntes, saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo, deve representar 3,71% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa anterior para essa relação era 4,17%.

De janeiro a agosto, o saldo negativo ficou em US$ 46,148 bilhões, contra US$ 65,248 bilhões nos oito meses de 2014. O déficit chegou ao final do ano passado em US$ 103,597 bilhões, o que representou 4,42% do PIB.

Uma das contas incluídas no cálculo das transações correntes é balança comercial, formada pelas exportações e importações do país. A balança comercial deve contribuir para um déficit de transações correntes um pouco menor, já que a projeção do BC prevê saldo positivo de US$ 12 bilhões para essa conta.

A previsão anterior para o superávit comercial era US$ 3 bilhões. De janeiro a agosto, o superávit comercial chegou a US$ 6,333 bilhões, contra déficit de US$ 889 milhões registrados em igual período do ano passado.

Além das compras e vendas de mercadorias, também estão incluídas no balanço das transações do país com exterior a conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros).

A conta de serviços deve apresentar déficit de US$ 40,3 bilhões, este ano. A previsão anterior era US$ 44,2 bilhões. De janeiro a agosto, o saldo negativo ficou em US$ 26,417 bilhões, contra US$ 30,735 bilhões, em igual período do ano passado.

Também deve apresentar déficit a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários): previsão de US$ 39,7 bilhões, ante a estimativa anterior de US$ 41,6 bilhões.

Nos oito meses do ano, o déficit dessa conta ficou em US$ 27,619 bilhões, ante US$ 35,187 bilhões em igual período do ano passado.

A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) deve apresentar saldo positivo de US$ 2,9 bilhões, contra a previsão anterior de US$ 1,8 bilhão.

De janeiro a agosto, essa conta ficou positiva em US$ 1,555 bilhão, contra US$ 1,562 bilhão em igual período de 2014.

Quando o país tem déficit em conta-corrente, ou seja, gasta além da renda do país, é preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior.

O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar esta conta por ser de longo prazo.

Nos oito meses do ano, o IDP chegou a US$ 42,169 bilhões, contra US$ 65,433 bilhões, nos oito meses de 2014. A projeção do BC para este ano é que esses investimentos cheguem a US$ 65 bilhões. A projeção anterior era US$ 80 bilhões.

O investimento em ações negociadas no Brasil e no exterior devem chegar a US$ 11 bilhões, este ano, contra a projeção anterior de US$ 15 bilhões. Nos oito meses do ano, a entrada líquida (descontada a saída) desses investimentos chegou a US$ 10,127 bilhões.

Na previsão para o investimento em títulos negociados no país, deve haver mais entrada de investimentos do que saída, com saldo positivo de US$ 20 bilhões. A projeção anterior era US$ 26,5 bilhões. De janeiro a agosto, o saldo positivo ficou em US$ 18,719 bilhões.

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