Economia

Projeção da Fipe para IPC de junho sobe de 0,90% para 1,01%

Se a taxa for confirmada, será consideravelmente superior à de maio, quando marcou 0,19%, e a maior desde janeiro de 2016 (1,37%)

Inflação: alta do grupo Alimentação saiu de 2,62% na segunda medição para 3,26% na terceira quadrissemana de junho (Paulo Whitaker/Reuters)

Inflação: alta do grupo Alimentação saiu de 2,62% na segunda medição para 3,26% na terceira quadrissemana de junho (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2018 às 16h06.

São Paulo - Os efeitos da greve dos caminhoneiros ainda afetaram a inflação média do paulistano na terceira leitura do mês, forçando nova revisão de alta na expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho.

A avaliação é de Moacir Mokem Yabiku, gerente técnico de pesquisa do IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Segundo ele, a expectativa passou de 0,90% para 1,01%. Se a taxa for confirmada, será consideravelmente superior à de maio, quando marcou 0,19%, e a maior desde janeiro de 2016 (1,37%). Além disso, será a mais elevada para junho desde 1997 (1,42%).

"O IPC passou de 0,84% para 1,07% (da segunda para a terceira quadrissemana), e nossa projeção era 1,02%. A maior diferença foi em carnes e leites, em razão dos problemas enfrentados por causa da paralisação", explica Yabiku.

A alta do grupo Alimentação saiu de 2,62% na segunda medição para 3,26% na terceira quadrissemana (últimos 30 dias terminados na sexta, 22). Para o fim do mês, a projeção é de 3,17%.

A maior variação em Alimentação foi apurada em semielaborados (de 7,99% ante 5,45%), seguida por industrializados (de 1,21% ante 0,75%). Já o segmento de in natura desacelerou a 3,81% (ante 4,78%), assim como Alimentação fora do Domicílio, a 0,18% (ante 0,28%). "Os alimentos in natura já estão desacelerando e isso deve continuar. Porém, os industrializados e os semielaborados ainda devem continuar subindo, refletindo os efeitos da greve e do câmbio. Além disso, o setor tende a aproveitar para recuperar as perdas passadas", estima.

Yabiku cita que as carnes são um exemplo e devem continuar avançando. "A variação de carne bovina até maio acumula queda de 4,48%, enquanto a de frango tem queda de 12,32% no período. Leite longa vida, por sua vez, está subindo 14,39% no ano até maio, mas cedendo 4,86% em 12 meses até este período", afirma.

Na terceira quadrissemana de junho, a carne bovina ficou 5,29% mais cara (ante 4,72%) em relação à segunda medição de junho. Já o frango teve alta de 16,45% (de 12,87%), enquanto o leite longa vida teve elevação de 15,18% (de 9,48%). "Os preços de alimentos foram os que mais aumentaram, como mostra o indicador de difusão do IPC, que ficou em 55,51% ante 55,94%", diz. Tanto que das 15 maiores influências de elevação no IPC, só quatro não fazem parte de Alimentação.

O grupo Transportes (1,58% ante 1,28%) também pressionou o IPC, com aumento tanto em gasolina (7,57% ante 6,39%) quanto em etanol (1,28% para 6,02%).

Segundo Yakibu, pesquisas recentes indicam alívio nos preços da gasolina após a paralisação dos caminhoneiros. Porém, adianta que os preços do etanol não devem diminuir na mesma proporção, o que tende a deixar a relação entre os dois combustíveis inalteradas ou até mesmo com eleve alta.

Em outro levantamento da Fipe que considera a avaliação semanal, a relação entre os preços do etanol e os da gasolina ficou em 63,74% na terceira semana de junho após 64,95% na segunda.

Acompanhe tudo sobre:FipeInflaçãoIPCPreços

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE