Meirelles: "O problema como um todo é de aumento de eficiência, de racionalidade. Não é um programa que usa recurso público" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 19h53.
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira, 15, que todas as medidas anunciadas hoje pelo governo não pressupõem criação de subsídios.
"O problema como um todo é de aumento de eficiência, de racionalidade. Não é um programa que usa recurso público. Não. O que fazemos é atacar a raiz do problema, é atacar o custo", disse.
"O problema do Brasil é se tentar usar subsídios para se tentar compensar a ineficiência. Ou o câmbio ficar muito desvalorizado para compensar a ineficiência", citou Meirelles.
Ao abordar novamente a questão do spread, Meirelles afirmou que as medidas para a área não contam com estimativas sobre redução de taxas.
"Não estamos fazendo estimativas expressivas em cada um destes itens", disse, acrescentando que o objetivo é tornar o mercado mais competitivo.
"Hoje não há possibilidade prática de utilizar recebíveis e duplicatas na garantia de crédito", citou.
"Mas crédito com garantia tem custo mais baixo. Não é boa prática fazermos estimativas de número. Temos é que criar sistema eficiente. E eu vou verificar como isso é mais eficiente", completou o ministro.
Cartões de crédito
Meirelles disse que ainda será analisada tecnicamente a redução do prazo no cartão de crédito e a redução de juros equivalente. "Vamos adotar medida de cartão de crédito que seja mais fácil de implementar", disse.
"Custo mais baixo para lojista vai fazer com que juros caiam", completou. "Queremos baixar os custos gerais do sistema, para produção e para o cidadão."
Ao falar sobre as medidas de estímulo à economia propostas pelo governo, o ministro disse ainda que em economia "como em qualquer previsão existe uma margem de segurança" e disse que no cenário base a estimativa é que o PIB cresça 2,8% no quatro trimestre de 2017 em relação ao quarto trimestre deste ano.
"Eu mencionei um cenário não exatamente pessimista, mas um cenário inferior, em que o PIB pode crescer 2,5% no período", disse.