Economia

Produtores de grãos ainda aguardam recursos do Plano Safra

O governo federal apresentou no início de junho o Plano Safra 2015/16 com um recorde de 187,7 bilhões de reais ofertados em linhas de crédito


	Prudução de grãos: o governo federal apresentou no início de junho o Plano Safra 2015/16 com um recorde
 (Arquivo/Agência Brasil)

Prudução de grãos: o governo federal apresentou no início de junho o Plano Safra 2015/16 com um recorde (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2015 às 11h26.

São Paulo - A liberação efetiva dos recursos do novo Plano Safra ainda não aconteceu e agricultores projetam mais dificuldade na análise de crédito e de limites bancários para o financiamento da próxima safra de grãos, disse nesta terça-feira o principal representante dos produtores de soja de Mato Grosso.

"Nosso temor é que, mesmo anunciado um plano com mais recursos, esses recursos sejam menos alcançados pelo produtor lá na ponta em função da burocracia e das dificuldades impostas pelos agentes financeiros", disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk.

O governo federal apresentou no início de junho o Plano Safra 2015/16 com um recorde de 187,7 bilhões de reais ofertados em linhas de crédito, ante 156,1 bilhões de reais em 2014/15, mas com elevação nos recursos de custeio e comercialização e queda nos empréstimos para investimentos.

"O plano na prática ainda não rodou. Nossa expectativa mais otimista é que a partir de julho comece a se disponibilizar esse crédito nas agências, com a ressalva que provavelmente haverá um aperto maior nas análises, um aperto maior na liberação de limites", disse Tomczyk a jornalistas, antes de participar do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2015 e 2016, realizado pela BM&FBovespa, em São Paulo.

A demanda por crédito deverá aumentar na preparação da nova safra, uma vez que as margens de lucro do produtores estão mais apertadas pela alta nos custos de insumos --muitas vezes precificados em dólar-- e pela queda nas cotações dos grãos.

"Já foi um ano em que o produtor teve que usar parte de sua reserva (financeira) para fazer jus a seu fluxo de caixa. Os custos em reais aumentaram, precisa-se de mais reais para se fazer a mesma operação", afirmou.

O presidente da Aprosoja-MT não descartou que haja um pequeno aumento na inadimplência dos produtores na nova temporada.

As compras de insumos essenciais para a próxima safra de soja do Brasil, que começa a ser plantada a partir de meados de setembro, avançaram em junho, mas o ritmo segue mais lento em relação ao ano passado, o que levanta a preocupação de que alguns negócios não se realizem e de eventuais problemas logísticos nas entregas, principalmente de fertilizantes, segundo especialistas.

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