Economia

Produtores criticam PF por generalizar escândalo na carne

As declarações foram uma reação da ABPA e da Abiec à Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta pela PF e que afetou principalmente a JBS e a BRF

PF: "A comunicação, em nossa opinião, deu origem a essa difusão e no minuto seguinte as empresas de carne brasileira foram todas jogadas no lixo", disse o presidente da ABPA (Ueslei Marcelino/Reuters)

PF: "A comunicação, em nossa opinião, deu origem a essa difusão e no minuto seguinte as empresas de carne brasileira foram todas jogadas no lixo", disse o presidente da ABPA (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de março de 2017 às 16h40.

São Paulo - A Associação Brasileira de Carne Animal (ABPA) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) afirmaram nesta segunda-feira que a investigação iniciada pela Polícia Federal em várias grandes empresas do setor é "generalista" e prejudica a imagem do segmento no exterior.

"A comunicação, em nossa opinião, deu origem a essa difusão e no minuto seguinte as empresas de carne brasileira foram todas jogadas no lixo", disse o presidente da ABPA, Francisco Turra, durante entrevista coletiva organizada pelas duas entidades em São Paulo.

As declarações foram uma reação da ABPA e da Abiec à Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira pela Polícia Federal e que afetou principalmente a JBS e a BRF, duas das maiores exportadoras mundiais de carne.

Turra avaliou que o ideal era "delimitar a irregularidade" porque até funcionários públicos estão sob suspeita e esclarecer que empresas estão envolvidas no escândalo.

Para o técnico da ABPA Ruy Vargas houve "erro ao fazer uma massificação da informação tentando criar uma imagem completamente negativa da carne brasileira para consumidores e compradores".

"Todas as coisas que foram ditas estão tecnicamente equivocadas", criticou Vargas.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que seis frigoríficos foram suspensos desde o início da operação.

Quatro deles, além de abastecer o mercado interno, exportavam para a União Europeia, que anunciou hoje um embargo às carnes dessas instalações.

De acordo com o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli, na primeira semana deste mês "havia uma perspectiva muito boa de agregar (à indústria) US$ 6 milhões em 2017", procedentes de diferentes mercados. A Operação Carne Fraca teria "manchado" o trabalho de busca desses novos negócios.

Entre os mercados que preocupam as duas entidades estão China, Estados Unidos, Indonésia, Canadá e México, além dos países que integram a União Europeia.

Segundo dados oficiais, Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, o quarto no segmento de porcos. As vendas ao exterior dos três setores representam 7,2% desse comércio no ano passado, com US$ 11,2 bilhões.

Alguns países como Coreia do Sul, China e Chile, além da UE anunciaram hoje diferentes medidas restritivas sobre a carne procedente do Brasil.

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