Economia

Produtividade cai 1% em 2019, diz FGV

Queda pode ser explicada pela lentidão da retomada dos investimentos e a elevada informalidade no mercado de trabalho

Montadora de carros: quando uma economia cresce e gera empregos - situação que, apesar da lentidão, vem ocorrendo no Brasil -, a produtividade costuma avançar (Nacho Doce/Reuters)

Montadora de carros: quando uma economia cresce e gera empregos - situação que, apesar da lentidão, vem ocorrendo no Brasil -, a produtividade costuma avançar (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2020 às 07h22.

Última atualização em 6 de março de 2020 às 07h41.

São Paulo — A economia vai mal não só porque está praticamente estagnada nos últimos três anos, com crescimento anual próximo de 1,0% desde que saiu da recessão, mas também porque a produtividade do trabalho encolheu 1,0% em 2019, após ficar estagnada em 2018, com alta de 0,1%, apontou um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A queda é surpreendente. Em condições normais, quando uma economia cresce e gera empregos - situação que, apesar da lentidão, vem ocorrendo no Brasil -, a produtividade avança. "Não temos recessão. Cair a produtividade com a economia crescendo é estranho", disse Silvia Matos, pesquisadora do Ibre/FGV e coautora do estudo, ao lado de Fernando Veloso e Paulo Peruchetti, que será apresentado hoje em São Paulo.

Para a economista, a queda pode ser explicada pela lentidão da retomada dos investimentos e a elevada informalidade no mercado de trabalho, somados à "secular" baixa produtividade do Brasil.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraFGV - Fundação Getúlio VargasPIB

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo