Economia

Produção mundial de vinho cai para mínima de 60 anos

Apesar da queda no panorama global, o Brasil registrou um salto de 169 por cento em sua produção

Vinho: produção mundial caiu para o nível mais baixo em 60 anos em 2017 devido às condições climáticas adversas na União Europeia (Justin Sullivan/Getty Images)

Vinho: produção mundial caiu para o nível mais baixo em 60 anos em 2017 devido às condições climáticas adversas na União Europeia (Justin Sullivan/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de abril de 2018 às 10h45.

Paris - A produção mundial de vinhos caiu para o nível mais baixo em 60 anos em 2017 devido às condições climáticas adversas na União Europeia que reduziram a produção no bloco, informou a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).

A produção global de vinho totalizou 250 milhões de hectolitros no ano passado, uma queda de 8,6 por cento em relação a 2016, segundo dados da OIV divulgados nesta terça-feira.

O nível é o mais baixo desde 1957, quando a produção caiu para 173,8 milhões de hectolitros, disse a organização com sede em Paris à Reuters.

Apesar da queda no panorama global, o Brasil registrou um salto de 169 por cento em sua produção, passando de 1,3 milhão de hectolitros em 2016 para 3,4 milhões de hectolitros em 2017. O país ocupa a 14ª posição no ranking dos maiores produtores do mundo, segundo dados da OIV.

Um hectolitro representa 100 litros, ou o equivalente a pouco mais de 133 garrafas padrão de 750ml.

Todos os principais produtores de vinho da UE foram atingidos pelo clima rigoroso no ano passado, o que levou a uma queda geral no bloco de 14,6 por cento, para 141 milhões de hectolitros.

As projeções da OIV, que excluem suco e vinho jovem, colocam a produção de vinhos italianos em queda de 17 por cento, para 42,5 milhões de hectolitros, a produção francesa em recuo de 19 por cento, para 36,7 milhões e a produção espanhola em queda de 20 por cento, para 32,1 milhões.

O governo francês informou no ano passado que a produção atingiu uma mínima devido a uma série de más condições climáticas, incluindo geadas da primavera, secas e tempestades que afetaram a maioria das principais regiões produtoras, incluindo Bordeaux e Champagne.

Em contraste, a produção permaneceu praticamente estável nos Estados Unidos, o quarto maior produtor mundial, e na China, que se tornou a sétima maior produtora de vinho do mundo, atrás da Austrália e da Argentina.

As tendências foram misturadas na América Latina, com um aumento de 25 por cento na Argentina, após uma produção muito baixa em 2016 e uma queda de 6 por cento no Chile.

O consumo global de vinhos subiu em torno de 243 milhões de hectolitros em 2017, 1,8 por cento a mais que no ano anterior. Os EUA confirmaram sua posição como maior consumidor mundial de vinho, com 32,6 milhões de hectolitros, seguidos pela França, com 27 milhões.

 

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