Indústria brasileira foi pressionada em agosto pelos bens intermediários e registrou contração inesperada (Thinkstock/Reprodução)
Reuters
Publicado em 2 de outubro de 2018 às 09h57.
São Paulo - A indústria brasileira foi pressionada em agosto pelos bens intermediários e registrou contração inesperada no mês em meio a um ambiente de atividade econômica fraca e incertezas às vésperas da eleição presidencial.
A produção industrial caiu 0,3 por cento em agosto na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi o segundo negativo após queda de 0,1 por cento em julho, o que não acontecia desde o final de 2015. O dado também contrariou a projeção em pesquisa da Reuters com economistas de alta de 0,20 por cento.
"Na série histórica da indústria é possível observar que, sempre que tem um movimento de queda, de alguma forma, ele é compensado, no mês seguinte, com crescimento. Desde setembro a dezembro de 2015, não se via dois meses em sequência de resultados negativos", explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, o setor apresentou avanço de 2,0 por cento na produção, terceira leitura positiva, mas mais fraca que a expectativa de crescimento de 3,20 por cento.
A leitura mensal foi pressionada principalmente pela queda de 2,1 por cento na produção de Bens Intermediários, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento na produção.
Também apresentou perdas a categoria de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis, de 0,6 por cento sobre julho.
Por outro lado, a produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, avançou 5,3 por cento, enquanto os Bens de Consumo Duráveis tiveram aumento de 1,2 por cento na produção.
Entre os ramos, 14 dos 26 pesquisados apresentaram perdas, com destaque para a queda de 5,7 por cento de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, após registrar avanços desde março.
O ambiente no país é de fortes incertezas com o ritmo fraco da atividade e com as eleições presidenciais, o que vem prejudicando tanto o consumo quanto o ímpeto de investimento dos empresários.
A última pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com economistas mostra que a expectativa para o crescimento da indústria neste ano é de 2,78 por cento, com a projeção para o PIB em 1,35 por cento.