Produção industrial: André Macedo, gerente da pesquisa, explica que o comportamento positivo entre fevereiro (0,7%) e março (0,3) não foram suficientes para compensar a perda de 2% que a indústria amargou em janeiro (FG Trade/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 3 de maio de 2022 às 10h19.
A produção industrial brasileira avançou 0,3% na passagem de fevereiro para março. Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, o setor acumula queda de 4,5%.
Com o resultado, a indústria se encontra agora mais distante do patamar pré-pandemia, estando 2,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE.
O resultado veio ligeiramente acima do esperado. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 0,1% para a indústria no mês.
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André Macedo, gerente da pesquisa, explica que o comportamento positivo entre fevereiro (0,7%) e março (0,3) não foram suficientes para compensar a perda de 2% que a indústria amargou em janeiro. Isso porque os fatores que dificultam uma retomada da indústria ainda permanecem, diz: Questões complicadoras na oferta, que é algo mais global, afetado pelo mercado internacional, e na demanda doméstica — exemplifica.
De acordo com Macedo, as plantas industriais ainda percebem o aumento do custo de produção e refletem a escassez de algumas matérias-primas. "Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança".
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A indústria vem sofrendo com a desorganização das cadeias produtivas desde o início da pandemia, que levou à falta de componentes e ao encarecimento das matérias-primas usadas pelas fábricas.
Além dos problemas de oferta, a demanda por produtos industriais tem sido freada pelo desemprego ainda elevado e queda do rendimento dos trabalhadores. Isso é agravado pelo aumento da inflação, que corrói a renda das famílias e impacta o consumo.
Após oito quedas consecutivas, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE subiu 2,4 pontos em abril, para 97,4 pontos.
"A alta da confiança industrial em abril pode ser interpretada como um movimento no sentido da normalização das atividades no setor", comentou Aloisio Campelo Jr., economista do FGV IBRE, durante a divulgação.
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