Indústria: de acordo com o levantamento, a utilização da capacidade instalada ficou estável em 66% pelo terceiro mês consecutivo (James Fassinger/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 11h34.
Brasília - A indústria brasileira teve em setembro mais um mês de recuo nas atividades. A pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 21, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que o índice de evolução da produção ficou em 42,0 pontos no mês passado ante 42,7 pontos registrados em agosto.
Os indicadores da pesquisa variam no intervalo de zero a 100, com valores abaixo de 50 indicando evolução negativa.
De acordo com o levantamento, a utilização da capacidade instalada ficou estável em 66% pelo terceiro mês consecutivo.
A Confederação ressalta que a estabilidade na passagem de agosto para setembro já era observada em outros anos, mas em 2015 o quadro se dá em nível mais reduzido, seis pontos porcentuais abaixo do registrado em 2014.
A CNI destaca, entretanto, que a indústria conseguiu ajustar parcialmente o excesso de estoques. No mês passado, o índice de evolução dos estoques ficou em 49,7 pontos, o que indica estabilidade.
Já o índice de estoque efetivo em relação ao planejado recuou de 53 para 51,6 pontos. "Isso indica que há progresso no processo de ajuste nos estoques nas empresas", diz o documento.
Com relação ao emprego, ficou mantida a queda, ainda que em ritmo menos intenso. O índice que trata do número de empregados ficou em 41,4 pontos em setembro, contra 41,2 no mês anterior.
Expectativas
O pessimismo predominou no levantamento das expectativas da indústria para os próximos seis meses.
A previsão dos empresários ficou negativa com relação à demanda, ao número de empregados, à intenção de investimento e às compras de matérias-primas.
A exceção ficou com a quantidade exportada, que apresentou evolução de 50,2 pontos no levantamento do mês passado para 52,5 pontos neste mês.
De acordo com a CNI, as empresas exibiram otimismo com relação às vendas externas. Além disso, a intenção de investimento, apesar de indicar retração, voltou a aumentar, indo de 39,2 pontos em setembro para 40,7 pontos em outubro.
O dado rompe uma sequência de quedas no índice que foram registradas nos últimos nove meses.
A expectativa da demanda da indústria caiu de 45,8 para 44,2 pontos. "O índice revela grande preocupação com a demanda interna", avalia.
Para as compras de matérias-primas, as perspectivas ficaram estáveis em 42,8. Com relação ao número de empregados, o índice recuou de 41,8 para 40,5.