Indústria: na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 1,0 por cento (VCG/VCG/Getty Images)
Reuters
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 09h28.
Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 09h48.
São Paulo — O quarto trimestre começou com alta da produção industrial em outubro sobre o mês anterior, no terceiro mês seguido de ganhos e no melhor resultado para o mês em sete anos.
A produção industrial do Brasil cresceu 0,8% em outubro na comparação com setembro, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado, mais forte para o mês desde a alta de 1,5% em 2012, indica que a indústria mostra sinais de retomada neste fim de ano, embalada principalmente pela demanda doméstica.
Em relação a outubro do ano passado, a produção apresentou avanço de 1,0%.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de altas de 0,7% na variação mensal e de 1,4% na base anual, segundo a mediana das projeções.
"A indústria está diferente, está virando a chave e num patamar e numa trajetória novos. Essa mudança se deve à demanda doméstica, já que a externa continua limitada", explicou o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo, destacando que desde o fim de 2017 a indústria não registrava três taxas positivas.
"Essa melhora tem a ver com mais gente no mercado de trabalho, aumento da massa salarial, juros e inflação baixos e crédito mais acessível", completou.
No mês, a categoria de Bens de Consumo foi o destaque com crescimento da produção de 1,0% frente a setembro. A fabricação de Bens Intermediários também avançou, 0,3%.
Somente Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou recuo em outubro, de 0,3%.
"O lado negativo da pesquisa foi Bens de Capital. O clima de incerteza que ainda está no ar segura um pouco e contamina os empresários", disse Macedo.
No terceiro trimestre, a indústria cresceu 0,8%, mostrando ligeira aceleração sobre a taxa de 0,7% no segundo trimestre, de acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo IBGE na véspera.
O desempenho ajudou a consolidar a perspectiva de recuperação gradual da economia, que expandiu 0,6% entre julho e setembro sobre os três meses anteriores.
(Edição Paula Arend Laier)