Economia

Produção industrial cresce menos do que o esperado em fevereiro

Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE, produção da indústria brasileira subiu 0,1 por cento em fevereiro na comparação com o mês anterior

Indústria: desempenho em fevereiro foi mais um indício da dificuldade da economia em imprimir ritmo consistente de recuperação (Sean Gallup/Getty Images)

Indústria: desempenho em fevereiro foi mais um indício da dificuldade da economia em imprimir ritmo consistente de recuperação (Sean Gallup/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 4 de abril de 2017 às 09h20.

Última atualização em 4 de abril de 2017 às 09h49.

São Paulo / Rio de Janeiro - A menor fabricação de alimentos pressionou e a produção industrial do Brasil cresceu bem menos do que o esperado em fevereiro, recuperando apenas parte das perdas do mês anterior em mais um indício da dificuldade da economia em imprimir ritmo consistente de recuperação.

A produção da indústria subiu 0,1 por cento em fevereiro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O resultado ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,7 por cento, após perda de 0,2 por cento no primeiro mês do ano.

Na comparação anual, o resultado foi ainda pior, com recuo de 0,8 por cento em fevereiro, voltando ao ritmo de queda que havia sido interrompido em janeiro com avanço de 1,4 por cento. A mediana das expectativas apontava alta 0,35 por cento na base anual.

"A indústria está mostrando que o pior, com quedas sucessivas, ficou para trás. Mas não dá para dizer que setor iniciou um recuperação. A leitura para indústria é de estabilidade", disse o economista do IBGE André Macedo.

"Os níveis de confiança melhoraram mas ainda num patamar baixo. Por outro lado, o mercado de trabalho continua bem desfavorável, e o desemprego maior trava um pouco o setor industrial", completou.

O IBGE mostrou que a categoria de Bens de Capital, uma medida de investimento, apresentou o melhor desempenho em fevereiro sobre o mês anterior, com alta de 6,5 por cento. Porém a produção dos bens semiduráveis e não duráveis recuou 1,6 por cento na mesma base de comparação.

Entre os 24 ramos pesquisados, o principal impacto positivo foi o aumento de 6,1 por cento em veículos automotores, reboques e carrocerias. Porém, na outra ponta, a fabricação de produtos alimentícios pesou sobre o setor com queda de 2,7 por cento, interrompendo dois meses de expansão na produção.

Apesar de indicadores recentes darem sinais de que a economia caminha para uma recuperação após dois anos de retração, a retomada ainda se mostra gradual.

Para março, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a indústria brasileira registrou o primeiro aumento no volume de produção e de novos pedidos em pouco mais de dois anos, reduzindo com força o ritmo de contração da atividade.

Já a confiança da indústria atingiu em março o maior nível em quase três anos, apontando uma tendência de recuperação segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

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