Milho: China estimou a produção de milho deste ano em 213,8 milhões de toneladas (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 10h31.
Pequim - A China provavelmente colherá 2,2 por cento menos milho em 2014 devido à seca, a primeira queda na produção desde 2010, de acordo com a estimativa mais recente de um órgão de análises do governo divulgada nesta quinta-feira.
O Centro Nacional de Informação de Grãos e Oleaginosas (CNGOIC, na sigla em inglês) estimou a produção de milho deste ano em 213,8 milhões de toneladas após a estiagem ter afetado lavouras em três províncias do nordeste. A previsão ainda representaria a segunda maior safra do cereal da China.
Uma produção menor no segundo maior consumidor mundial de grãos vem em um momento em que a China tem estoques recordes, e o maior exportador do mundo, os Estados Unidos, estão a caminho de colher a maior safra da história, pressionando os preços globais.
O centro revisou para baixo sua previsão de produção de milho em 8,5 milhões de toneladas, na comparação com a estimativa do mês passado.
A estimativa ficou em linha com a de uma empresa de consultoria privada influente, a Shanghai JC Intelligence (JCI), que também reduziu sua estimativa de 8 milhões de toneladas, em seu último relatório. A colheita de milho da China deve começar no próximo mês.
Apesar dos danos provocados pela seca, a China ainda teria um excedente, com mais de 60 milhões de toneladas em estoques nas reservas estatais.
O governo vendeu um total de 27 milhões de toneladas de reservas em leilões semanais desde maio, mas menos da metade do volume em oferta foi comercializada devido aos preços elevados estabelecidos pelo governo.
O CNGOIC também cortou estimativa de consumo de milho do país durante 2014/15 em 2 milhões de toneladas, para 189 milhões de toneladas, devido à demanda menor do que o esperado da indústria do criações.
"Devido ao preço do milho caro, os criadores de suínos estão fazendo perdas, enquanto os processadores de milho ainda estão no vermelho", disse Ma Wenfeng, analista da Orient Agribusiness Consultants.