As vendas siderúrgicas nacionais cresceram 1,4% frente aos oito primeiros meses de 2011 (Alexandre SantAnna/Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2012 às 19h24.
Rio de Janeiro - A crise econômica mundial atingiu o setor de produção de aço bruto no Brasil, que gerou 2,83 milhões de toneladas no mês de agosto, volume 6,3% inferior ao do mesmo período de 2011, informou nesta quarta-feira o Instituto de Aço do Brasil.
A produção acumulada nos oito primeiros meses do ano foi de 23,2 milhões de toneladas, 3,3% a menos frente ao mesmo período do ano passado, segundo números da entidade patronal do setor.
O órgão atribuiu a diminuição da produção brasileira à queda das exportações por conta do contexto internacional desfavorável e caracterizada por uma ''excedente capacidade mundial acima de 500 milhões de toneladas, o déficit fiscal dos Estados Unidos, a crise na zona do Euro e a desaceleração na China e em outros mercados emergentes''.
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de ferro, é a potência siderúrgica da América Latina e está entre as dez maiores do mundo.
De acordo com o Instituto, como o panorama da indústria siderúrgica mundial é de pequena recuperação, é necessário que o governo adote medidas para corrigir as assimetrias competitivas e para se defender das práticas desleais de comércio.
Segundo os produtores, as medidas do governo para incentivar o setor, principalmente a redução das tarifas de energia e dos custos trabalhistas, podem aumentar a competitividade da siderurgia brasileira a longo prazo.
O setor considera que o consumo de aço no Brasil pode aumentar devido às obras necessárias para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016, assim como o programa governamental de incentivo à construção de casas populares.
O Instituto constatou que o consumo brasileiro de produtos siderúrgicos aumentou 1,7% nos primeiros oito meses de 2012 e chegou a 17,2 milhões de toneladas.
O aumento do consumo foi impulsionado, principalmente, pelas fábricas de veículos, que aumentaram a produção por conta dos incentivos fiscais anunciados nos últimos meses, pelo governo, para socorrer o setor.
As vendas siderúrgicas nacionais cresceram 1,4% frente aos oito primeiros meses de 2011, atingindo 14,7 milhões de toneladas.
O aumento do consumo foi atendido, em partes, pelas importações, que chegaram a 2,6 milhões de toneladas entre janeiro e agosto, com um crescimento de 5,7% frente ao mesmo período de 2011.
Em contrapartida, as exportações caíram a 6,6 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 12,4% em comparação com o mesmo período do ano passado, como consequência da redução da demanda mundial.
Só em agosto, as exportações caíram 29,3% frente ao mesmo mês do ano passado e ficaram em 737 mil toneladas.