Autoindústria na Argentina: a expectativa do setor é de que 2013 seja um ano melhor (Reuters/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2012 às 07h54.
Buenos Aires - As montadoras instaladas na Argentina encerraram 2012 com um volume de veículos produzidos muito inferior às expectativas feitas no início do ano.
Em janeiro passado, o setor estava otimista e esperava bater novo recorde, com a marca de 900 mil automóveis produzidos. No entanto, dados preliminares da Associação de Fabricantes de Automóveis da Argentina (Adefa) publicados pelo jornal portenho Perfil sustentam que a produção no período foi de 760 mil veículos.
Isso indicaria uma queda de 8% em relação à marca histórica de 2011, de 828.771 unidades. Segundo as fontes citadas pelo Perfil, dezembro teve uma produção de "pouco mais de 50 mil automóveis".
A expectativa do setor é de que 2013 seja um ano melhor. A aposta está centrada na recuperação do mercado brasileiro, para onde é destinada metade da produção automotiva argentina. Outro fator que gera otimismo é a reabertura do mercado mexicano para os veículos fabricados no país vizinho.
Além disso, no primeiro semestre do ano, negociadores brasileiros e argentinos definirão os parâmetros do novo regime automotivo bilateral.
Os argentinos, tal como tem feito desde o ano 2000, quando governava o então presidente Fernando De la Rúa, esperam tirar proveito e serem beneficiados com a renovação do acordo. Na época, a negociadora era a secretária de Indústria, Débora Giorgi. Atualmente ela é a ministra da Indústria.
Altos e baixos
Ao longo da última década a indústria automotiva argentina passou por uma série nunca antes registrada de altos e baixos. O setor oscilou da pior crise econômica da história do país a recordes de vendas e produção.
Em 1998 a Argentina atingia a marca recorde de produção de 455 mil veículos. No entanto, a recessão iniciada no final daquele ano reduziu gradualmente o número de unidades produzidas.
Em 2001, a pior crise financeira, social e econômica já enfrentada pela Argentina agravou a situação do setor automotivo de forma drástica.
Em 2002, com a economia enfraquecida, a produção despencou para 94 mil unidades, a pior marca do setor desde 1960. No entanto, rapidamente, a partir de 2003 o setor reativou-se, transformando-se na locomotiva da recuperação econômica do país e na menina dos olhos do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e da atual presidente Cristina Kirchner.