Sede do Banco Central: Lopes ressalva no entanto que embora as expectativas continuam caindo, "estão em um patamar muito elevado" (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2016 às 13h04.
Belém - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, disse nesta segunda-feira, 9, que o processo desinflacionário é muito significativo e que as expectativas dos analistas do mercado na Pesquisa Focus já mostram esse isso.
A mediana das expectativas da Focus atualmente aponta para um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrando este ano em 7%, abaixo dos 7,14% projetados quatro semanas atrás. Para 2017, a previsão ficou em 5,62%, ante 5,72% na semana passada.
Ele está em Belém, capital paraense, onde divulga nesta segunda o Boletim Regional do Banco Central que, na visão dele, é uma continuidade do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Lopes ressalva no entanto que embora as expectativas continuam caindo, "estão em um patamar muito elevado".
Para ele, nem as expectativas do mercado nem as do próprio BC atendem no momento ao objetivos do Regime de Metas de Inflação, que estabelece uma meta de inflação com centro de 4,5% e teto de 6,5% para este ano e de 4,5% de centro e teto de 6% no ano que vem.
"O Objetivo do BC é trazer a inflação para a meta neste e 4,5% em 2017%", disse, acrescentando que a autoridade monetária não enxerga espaço para a flexibilização da taxa de juros por ora.
Setor externo
O diretor de Política Econômica do Banco Central comentou também que o ajuste no setor externo está sendo feito rapidamente e já tem trazido benefícios significativos para a economia brasileira. "Nunca tinha visto nada parecido anteriormente", disse.
Ao se referir à política fiscal, o diretor do BC afirmou que a dívida bruta está crescendo muito rapidamente por conta da incapacidade da economia brasileira de gerar superávits primários.
"É preciso perseverar nos ajustes fiscal e monetário e fazer as reformas estruturais", disse Lopes.
Ele ponderou que o governo fez ajustes nas despesas no ano passado, mas que as receitas caíram a uma taxa superior à do corte dos gastos por causa da queda da atividade.
"Ajustes de curto prazo precisam ser feitos para reduzir a dívida bruta", reiterou Lopes.