Economia

Problemas em Cubatão causam escassez de gasolina no NE

A refinaria da Petrobras Presidente Bernardes segue operando com capacidade reduzida desde o final do ano passado devido a problemas operacionais


	Bomba de gasolina em posto: segundo uma fonte do setor de combustíveis, há registros de falta de gasolina na Paraíba, desde o Natal
 (Jeff Pachoud/AFP)

Bomba de gasolina em posto: segundo uma fonte do setor de combustíveis, há registros de falta de gasolina na Paraíba, desde o Natal (Jeff Pachoud/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 17h13.

Rio de Janeiro - A refinaria da Petrobras Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), segue operando com capacidade reduzida desde o final do ano passado devido a problemas operacionais, com reflexo no abastecimento de gasolina em diferentes Estados do Nordeste desde o fim de 2015.

Segundo uma fonte do setor de combustíveis, há registros de falta de gasolina na Paraíba, desde o Natal, devido à redução da produção da refinaria de Cubatão, com capacidade para processar 178 mil barris de petróleo por dia e que responde por 8 por cento da produção nacional de derivados.

Além da Paraíba, Pernambuco e Ceará também sofreram com desabastecimento.

"A situação melhorou em Pernambuco e Ceará e não esperamos mais problemas nestes Estados. Na Paraíba, ainda a situação é de atenção porque o próximo navio tem previsão para sábado e até lá as distribuidoras estão tentando deslocar volumes de Suape (PE) e Guamaré (RN) para reduzir os efeitos de mais um atraso", afirmou a fonte, na condição de anonimato. Nesta quarta-feira, o governo da Paraíba informou em nota que autoridades do Estado se reuniriam nesta tarde com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino, e representantes da estatal para discutir o problema causado pelo desabastecimento de combustível no Estado.

A maior parte dos produtos da RPBC são destinados à capital paulista, mas uma parcela é direcionada para Baixada Santista e regiões Norte, Nordeste e Sul, segundo dados da Petrobras.

Procurada nesta quarta-feira, a estatal não comentou a informação imediatamente. A ANP, órgão regulador do setor, também não comentou o assunto imediatamente.

A assessoria de imprensa do sindicato das distribuidoras de combustíveis (Sindicom) disse que a expectativa é de que as entregas de combustíveis na Paraíba sejam normalizadas na segunda-feira. Entretanto, não informou os motivos para a escassez.

PROBLEMA

A RPBC passou por uma manutenção periódica entre outubro e novembro, quando ocorreu uma greve dos petroleiros, e ainda não conseguiu retomar plenamente suas atividades por problemas operacionais, disse nesta quarta-feira o diretor Sindipetro Litoral Paulista (Sindipetro-LP) Marcelo Juvenal.

Na semana passada, a Reuters noticiou que um atraso na partida de uma unidade da RPBC após a manutenção e o aumento da demanda por combustíveis acima do esperado causaram escassez de gasolina no Nordeste do país, segundo uma fonte da Petrobras com conhecimento direto do assunto.

Na ocasião, a Petrobras confirmou que houve atrasos nas entregas de gasolina em alguns locais de Pernambuco e Paraíba, em virtude de demora na atracação de navios de cabotagem. Mas não esclareceu se o motivo seria o atraso na RPBC.

No entanto, o diretor do Sindipetro-LP afirmou que a refinaria está passando atualmente por problemas operacionais que vão além do atraso na retomada da unidade.

Atualmente, a torre de fracionamento principal, que produz nafta, gasolina e diesel, enfrenta problemas, disse ele.

Isso porque, segundo o sindicalista, a Petrobras teria decidido realizar os serviços de manutenção com equipes terceirizadas mesmo com a refinaria em greve e sem a presença de funcionários.

Além da torre de fracionamento principal, outras unidades e equipamentos da RPBC também teriam passado por problemas operacionais ao longo último mês até agora, segundo Juvenal.

"A parada de manutenção foi feita sem o devido acompanhamento (dos funcionários)", disse Juvenal à Reuters.

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