Economia

"Problema não é Judiciário, mas Legislativo", diz Gustavo Loyola

Ex-presidente do Banco Central afirmou que os juízes estão apenas ocupando um vácuo do Legislativo

Gustavo Loyola: "como o Judiciário vai conciliar a prestação de serviços sociais e a restrição orçamentária?" (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Gustavo Loyola: "como o Judiciário vai conciliar a prestação de serviços sociais e a restrição orçamentária?" (Elza Fiúza/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2017 às 14h37.

São Paulo - O ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola, considerou que o protagonismo atual do Judiciário se deve à má qualidade do Legislativo, em debate sobre equilíbrio entre Poderes realizado pelo Fóruns Estadão, nesta segunda-feira, dia 6.

"Os juízes estão ocupando um vácuo no processo legislativo. Nosso problema não é o Judiciário, mas o Legislativo, que é muito ruim. O Judiciário passou a decidir por políticas públicas, o que deveria cair sobre o Legislativo e Executivo", disse.

Loyola manifestou, contudo, preocupação com as consequências dessa judicialização para as contas públicas. "Eu me preocupo com a crise estrutural das contas públicas. Como o Judiciário vai conciliar a prestação de serviços sociais e a restrição orçamentária? ", questiona. "É o Judiciário de fato que tem que limitar esses direitos sociais", conclui.

Sobre os desdobramentos econômicos, Loyola afirmou que, no curto e médio prazos, a imprevisibilidade das políticas públicas, que inevitavelmente passarão pelo crivo da Justiça, prejudica os investimentos e o crescimento da economia.

Já, no longo prazo, o "apequenamento da política" ameaça a própria democracia, segundo ele.

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