Economia

Em 1ª privatização do governo Tarcísio, Emae é vendida por R$ 1 bilhão para fundo Phoenix

O vencedor do leilão foi o fundo Phoenix, administrado pela Trustee DTVM, que ofereceu R$ 70,65 por ação, com ágio de 33,68%

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 19 de abril de 2024 às 16h08.

Última atualização em 19 de abril de 2024 às 16h31.

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O fundo Phoenix, que tem o investidor Nelson Tanure entre os seus cotistas, arrematou a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) com lance de R$ 70,65 por ação, ágio de 33,68%, na primeira privatização do governo Tarcísio de Freitas.

O preço de venda final foi de R$ 1,04 bilhão. O preço mínimo de venda definido pelo governo foi de R$ 779,815 milhões. Hoje, o valor de mercado da empresa é de R$ 2,41 bilhões. Às 16h, após o leilão, as ações da companhia caiam 10,53%.

Também participaram da disputa a Matrix Energy e o Grupo EDF. A Eletrobras, que já detém cerca de 64% das ações preferenciais (EMAE4), não participou da disputa. O leilão ocorreu na sede da B3, na cidade de São Paulo e foi decidido por disputa em viva-voz. 

No certame, a administração estadual ofertou, em lote único, 14,7 milhões de ações, sendo 14,4 milhões de ações detidas pelo Estado de São Paulo diretamente, e outras 350 mil ações da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

Em discurso após o leilão, Tarcísio disse que o processo foi apoiado pela atual diretoria da Emae e que a Phoenix vai assumir uma companhia com dinheiro em caixa. 

"A Phoenix tem uma responsabilidade porque está assumindo uma empresa bacana com dinheiro em caixa e que está apresentando resultados", disse o governador.

O que é a Emae?

Criada em 1998 com origem na Light (The São Paulo Railway, Light and Power Company Limited) após o processo de cisão da Eletropaulo, a empresa tem como principais ativos usinas que geraram no ano passado 1.663 GWh de energia, o suficiente para abastecer média de 825 mil residências na Grande São Paulo.

O portilófio da empresa conta com a hidrelétrica de Henry Borden, que sozinha produz 889 MW, outras três pequenas hidrelétricas, oito barragens e duas usinas elevatórias localizadas em São Paulo, Salto, Cubatão e Pirapora do Bom Jesus.

Segundo a administração estadual, a Emae desempenha um papel essencial no controle de cheias no estado, por regular os níveis dos rios Pinheiros e Tietê. . Para isso, é feito o bombeamento das águas do rio para o Reservatório Billings.

A companhia realiza ainda um trabalho permanente de desassoreamento e de remoção de lixo do rio Pinheiros. Reduzir a quantidade de resíduos melhora o escoamento da água. O acúmulo de lixo também prejudica a operação do canal, porque obstrui o sistema de bombeamento das usinas elevatórias.

Outro serviço realizado pela empresa é a travessia por meio de balsas. A Emae transporta diariamente, 24 horas por dia, pessoas e veículos nas travessias Bororé, Taquacetuba e João Basso. Mensalmente, o serviço realiza uma média de 14 mil viagens e transporta gratuitamente 161 mil passageiros e 158 mil veículos.

Em 2023, a Emae registrou receita líquida de R$ 603 milhões e atingiu valor de mercado de R$ 2,3 bilhões.  De economia mista, a empresa tem sua composição acionária dividida entre o governo do estado, a Companhia Metropolitana de São Paulo, a Eletrobras e uma parcela minoritária com outros acionistas.

Segundo o governo do estado, os resultados alcançados pela Emae possibilitaram a desestatização. Com a venda das ações pertencentes ao Estado, a EMAE passará a ser controlada por um ente privado, que assumirá todos os serviços realizados atualmente pela companhia geradora de energia. Isso inclui o serviço de transporte por balsa, que será mantido de forma gratuita pelo novo controlador.

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