Economia

Privatização da Eletrobras deve ser atribuída à Dilma, diz ex-BC

Gustavo Franco afirmou que a ex-presidente provocou uma crise no setor elétrico após uma Medida Provisória na tentativa de reduzir o custo da conta de luz

Dilma Rousseff: para Gustavo Franco, a ferida no estatismo começou com o "Petrolão" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: para Gustavo Franco, a ferida no estatismo começou com o "Petrolão" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 13h05.

Campos do Jordão - A decisão de privatização da Eletrobras, anunciada nesta semana pelo governo federal, deve ser atribuída à ex-presidente da República Dilma Rousseff, que implementou uma Medida Provisória na tentativa de reduzir o custo da conta de luz, que gerou crise no setor elétrico.

A opinião é do ex-presidente do Banco Central (BC) e estrategista-chefe da gestora Rio Bravo, Gustavo Franco.

"Temos que agradecer a Dilma Rousseff pela decisão da privatização da Eletrobras", afirmou, em palestra no Congresso Internacional dos Mercados Financeiros e de Capitais, organizado pela B3.

Segundo Franco, a ferida no estatismo começou com o "Petrolão". Ele afirmou também que o anúncio da privatização da Eletrobras foi muito bem recebido pelo mercado e que houve repercussão positiva, mas questionou o extenso pacote de privatizações.

Também nesta semana, e sob a pressão no sentido de demonstrar que conseguirá fechar as contas públicas de 2017 e2018, o governo federal anunciou a intenção de conceder 57 empreendimentos à iniciativa privada, incluindo o aeroporto de Congonhas e a Casa da Moeda.

"(O lote de privatizações) Me dá a sensação de que não haverá tempo de fazer e que é só algo de cunho de intenção do que a realidade em si. Porque o governo não fez antes se acreditava nisso?", perguntou Franco.

"Mas sabemos como acontece no setor público, quando há oportunidade e circunstância não se pode perder", disse.

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