Para 2020, a estimativa dos economistas é de um rombo primário de 68,406 bilhões de reais (Priscila Zambotto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 14 de março de 2019 às 10h56.
Brasília — Economistas passaram a ver em março um rombo primário menor que o esperado antes para este ano, mas ajustaram as contas para cima para o ano que vem, conforme relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a expectativa para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) passou a 98,175 bilhões de reais em 2019, abaixo dos 99,560 bilhões de reais vistos em fevereiro, e com larga margem sobre a meta oficial de um déficit de 139 bilhões de reais.
O governo do presidente Jair Bolsonaro foi eleito com a promessa de zerar o déficit das contas públicas já neste ano e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou publicamente que trabalhará neste sentido.
Mas diante do forte descasamento entre receitas e despesas no país, agravado pela rigidez de gastos obrigatórios como com Previdência e com a folha de salário do funcionalismo, a tarefa só será possível mediante arrecadação de receitas extraordinárias, como com o leilão do excedente do pré-sal, que pode render à União mais de 100 bilhões de reais.
O processo, contudo, ainda depende de uma série de definições, como a revisão do contrato da cessão onerosa com a Petrobras.
Para 2020, a estimativa dos economistas é de um rombo primário de 68,406 bilhões de reais, maior que o déficit de 65,462 bilhões de reais calculado em fevereiro.
Neste caso, a meta fiscal ainda não foi definida, mas foi indicada pelo governo anterior como um rombo primário de 110 bilhões. A nova equipe econômica decidirá a meta fiscal do próximo ano no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional até 15 de abril deste ano.
Em relação à dívida bruta, houve estabilidade na projeção para 2019, a 78 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Para o próximo ano, os economistas diminuíram na margem sua estimativa a 79,24 por cento do PIB, sobre 79,30 por cento antes, apontou o Prisma.