Economia

Primeiro empréstimo islâmico do Brasil irá engordar o gado

Programa do Abu Dhabi Equity Partners financiará a criação de gado em conformidade com a Sharia


	Gado em uma fazenda de Barretos: financiamento de US$ 25 milhões será usados para engordar 70.000 bois
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Gado em uma fazenda de Barretos: financiamento de US$ 25 milhões será usados para engordar 70.000 bois (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 16h18.

Jacarta - O primeiro programa de empréstimos para a criação de gado em conformidade com a Sharia do Brasil foi criado pelo Abu Dhabi Equity Partners (ADEP) e financiará a criação de gado bovino, enquanto cresce o comércio entre o País e países do Oriente Médio.

O ADEP, um banco de investimento especializado sediado nas Ilhas Cayman, começou o financiamento com US$ 25 milhões que serão usados para engordar 70.000 bois que são propriedade dos operadores de fazendas nos estados de São Paulo e de Goiás, disse a entidade em um comunicado publicado hoje. A White Case LLP, o Macquarie Group Ltd. e a Swiss Re AG ajudaram na oferta, conforme o comunicado.

O comércio entre o Brasil e os países árabes chegou a US$ 25,9 bilhões em 2012, comparado com US$ 5 bilhões em 2002. A maior economia da América Latina exporta açúcar, carne e grãos e importa combustível do Oriente Médio, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. De Hong Kong até Marrocos, vários países estão revisando suas leis para aproveitarem os ativos financeiros islâmicos, que se expandiram 18 por cento anualmente nos últimos quatro anos até ultrapassarem US$ 1,7 trilhão em 2013, segundo a Ernst Young LLP.

“O financiamento em conformidade com a Xaria da crescente indústria multibilionária da comida halal é um segmento do mercado natural, mas ainda não explorado”, disse no comunicado Muneef O. Tarmoom, sócio-gerente do ADEP, sediado em Abu Dhabi.

“As instituições financeiras islâmicas estrategicamente posicionadas no Oriente Médio e em outros lugares estão preparadas para se beneficiarem substancialmente com esse corredor comercial “Sul-Sul” nas próximas duas décadas”.

O financiamento foi disposto usando as estruturas Wakalah e Murabaha, o que significa que o ADEP e as fazendas pagarão retornos usando os lucros gerados pelas vendas de gado, para cumprir com a proibição dos juros estabelecida pela religião.

Há mais de US$ 100 milhões em transações de gado e cana-de-açúcar em conformidade com a Xaria na carteira deste ano, disse o sócio-gerente da ADEP Juan Fernando Valdivieso, no comunicado.

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