Cenário mais provável é que PIB tenha resultado levemente positivo no período, que poderá ser puxado em boa parte pelas vendas de varejo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2013 às 09h08.
São Paulo - Após concluírem que o resultado do PIB no terceiro trimestre deve ter sido fraco, especialmente após o recuo de 0,01% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro ante agosto, economistas de consultorias e instituições financeiras passam a avaliar com mais atenção a tendência do nível de atividade no quarto trimestre. Segundo os especialistas, o cenário mais provável é que PIB tenha resultado levemente positivo no período, que poderá ser puxado em boa parte pelas vendas de varejo.
Para a economista-chefe da consultoria Rosenberg, Thaís Zara, há uma perspectiva de vendas de Natal neste ano melhores do que em 2012, e isso deve estimular o nível de atividade. Por outro lado, ela espera que a produção industrial em outubro fique estável, e ligeiramente positiva em novembro e dezembro. "Neste contexto, é possível esperar que o PIB no quarto trimestre deve apresentar uma alta próxima de 0,5%."
De acordo com Rafael Bacciotti, economista da consultoria Tendências, o PIB do quarto trimestre não deve ter evolução significativa. Na sua avaliação, um elemento importante que deve exercer influência sobre o ritmo do nível de atividade entre outubro e dezembro é o fraco desempenho do setor manufatureiro. Segundo ele, a produção industrial deve ter apresentado leve aumento de 0,1% em outubro, ante setembro, resultado bem inferior ao 0,7% de setembro sobre o mês anterior.
"Um fator que deve colaborar para isso é a produção de automóveis. Com base em dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) dessazonalizados, a fabricação de veículos subiu 9,8% em setembro ante agosto, mas registrou retração de 8,4% em outubro em relação a setembro", disse Bacciotti.
Nível
Para Alessandro del Drago, economista-chefe da Mauá Sekular Investimentos, mesmo com uma queda estimada de 0,35% para o PIB do terceiro trimestre em relação ao período anterior, ele não tem expectativas de forte recuperação no quarto trimestre. Ele estima que a atividade cresça apenas 0,1% no período final do ano.
"As indicações que temos de produção industrial, especialmente do setor automobilístico em outubro, apontam formação de estoques que devem conter a fabricação de veículos também em novembro", destacou. "Isso não sugere uma recuperação intensa do PIB nesse último trimestre." Com suas previsões para o nível de atividade, ele acredita que o Brasil neste ano deve avançar entre 2,3% e 2,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.