Inflação: previsão do mercado para índice em 2016 caiu de 7,08% para 6,98%; para 2017, projeção recuou de 5,93% para 5,8%. (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2016 às 09h33.
Brasília - A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016 teve queda no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central (BC).
Agora, a taxa está em 6,98%, ante 7,08% da semana passada e 7,31% quatro semanas atrás.
O Banco Central já vem informando que vai focar não mais 2016, mas em 2017 a tarefa de levar a inflação para o centro da meta. No caso do ano que vem, a mediana caiu de 5,93% para 5,80%. Há quatro semanas estava em 6,00%.
No Top 5 de 2016, o ponto central da pesquisa ficou em 7,05%, contra 7,06% da última semana. Há quatro semanas, essa mediana estava em 7,18%.
Para 2017, o grupo dos analistas que costumam acertar mais as estimativas revisou a perspectiva para o IPCA de 6,20% na última semana para 6,00%. Há quatro edições atrás do boletim Focus, estava em 6,20%.
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em março, a estimativa do BC para o IPCA de 2016 estava em 6,6% no cenário de referência e 6,9% no cenário de mercado.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para abril teve uma leve queda, de 0,58% para 0,51% de uma semana para outra, ante taxa de 0,62% verificada há um mês.
No caso de maio, a taxa ficou em 0,55%, contra 0,44% da semana da semana passada. Quatro semanas atrás estava em 0,48%. Já as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente caíram levemente, passando de 6,38% para 6,20% - quatro edições atrás estavam em 6,48%.
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados de 2016 foram revisadas para baixo. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, a mediana das expectativas para este ano ficou em 7,00% nesta semana, contra 7,20% da semana passada. Estava em 7,30% há quatro semanas.
O Banco Central conta com uma forte desaceleração dos preços monitorados pelo governo para deixar o IPCA abaixo do teto da meta em 2016.
Para 2017, a mediana das estimativas para os preços administrados sofreu uma elevação, indo de 5,70% na semana passada para 5,80% - há quatro semanas estava em 5,50%.
No último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em março, o Banco Central revisou sua projeção para os preços administrados deste ano de uma alta de 5,9% para 6,1%.
Para chegar a essa variação, o BC considerou hipótese de alta de 9,9% nas tarifas de ônibus, além de um recuo de 3,5% nos preços de energia elétrica. Para 2017, a expectativa apresentada é de uma alta de 5,0%.
A mediana das previsões para o IPCA de 2016 no Relatório de Mercado Focus caiu 0,59 ponto porcentual entre a véspera da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 2 de março, e a data de divulgação da pesquisa do BC.
O próximo encontro do colegiado está previsto para ocorrer entre amanhã e quarta-feira, dia em que será anunciada a decisão sobre a Selic. As estimativas do grupo Top 5 despencaram mais de 1 ponto porcentual nesse mesmo período.
Em 26 de fevereiro, a mediana para o índice de inflação oficial deste ano na pesquisa geral estava em 7,57% e hoje caiu para 6,98%. No mesmo período de comparação, também houve uma redução das estimativas para o IPCA do ano que vem, de 6,00% para 5,80%, uma diminuição de 0,20 pp. Na mesma linha, a expectativa para a inflação nos próximos 12 meses suavizada passou de 6,67% para 6,20%, uma queda de 0,47 pp.
Também diminuíram - e de forma ainda mais intensa - as previsões medianas do grupo das instituições cujas projeções mais se aproximam da realidade, denominado Top 5.
Para este conjunto de analistas, o IPCA deste ano subirá 6,66% - ante previsão de 7,95% do documento do final de fevereiro (queda de 1,29 ponto porcentual). No caso de 2017, no período, a mediana das previsões passou de 6,50% para 5,15%, uma baixa de 1,35 ponto porcentual.
Desde julho do ano passado, a taxa básica de juros Selic está em 14,25% ao ano. Desde novembro, o Copom continuou a votar pela manutenção da taxa, mas com dissenso.
Dois de seus oito membros gostariam de ter visto elevação dos juros básicos da economia desde a ocasião. Um dos principais argumentos é justamente a expectativa dos analistas de mercado para a inflação ainda elevada.
Pelo último Relatório Trimestral de Inflação, a estimativa do BC para o IPCA deste ano é de uma alta de 6,6% pelo cenário de referência e de 6,9% pelo de mercado.
As previsões para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de 2016, que ficaram em 7,22% no Relatório de Mercado Focus da semana passada, foram revisadas para baixo no documento divulgado pelo Banco Central.
A mediana para o indicador deste ano foi para 7,19% - um mês atrás estava em 7,43%. No caso do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de 2016, a taxa mediana passou de 7,43% para 7,38%, contra a expectativa de 7,68% apresentada um mês atrás.
Para 2017, a previsão central da pesquisa Focus para o IGP-DI ficou em 5,59%, ante 5,50% da semana passada - há um mês, também estava em 5,50%. Em relação ao IGP-M, o ponto central da pesquisa ficou em 5,60%. Na semana passada estava em 5,59% e há um mês, em 5,50%.
A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que mede a inflação para as famílias de São Paulo, teve queda, indo de 7,39% para 7,07% de uma semana para outra para o horizonte de 2016 - um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,00%. Para 2017, a expectativa ficou mantida em 5,40% - estava em 5,50% um mês atrás.