Economia

Previsão de vendas de carros cai com PIB mais baixo

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) esperava um avanço de 2,6% no ano sobre 2012 e agora espera apenas 1%


	A Fenabrave trabalha com a perspectiva de que as vendas acumuladas de 2013 até agosto possam apresentar resultado negativo ante o acumulado dos oito primeiros meses de 2012
 (Ty Wright/Bloomberg)

A Fenabrave trabalha com a perspectiva de que as vendas acumuladas de 2013 até agosto possam apresentar resultado negativo ante o acumulado dos oito primeiros meses de 2012 (Ty Wright/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 14h24.

São Paulo - A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou para baixo a previsão de crescimento das vendas de veículos - carros, comerciais leves, caminhões e ônibus - em 2013 em razão da queda do Produto Interno Bruto (PIB).

A entidade esperava um avanço de 2,6% no ano sobre 2012 e agora espera apenas 1%. "O PIB de 3% foi revisto para 2% e nossa atividade é extremamente ligada ao crescimento da economia. E quando o PIB é abaixo de 3%, o mercado anda de lado", disse o presidente da entidade Flavio Meneghetti.

Segundo ele, o ano passado foi "atípico", já que o PIB cresceu apenas 0,9% e as vendas avançaram 7%, por conta do acordo que reduziu o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

"Isso reverteu a queda de 4% até maio de 2012 para alta de 7% e acabamos puxando até os números globais da indústria", avaliou o executivo. Para 2013, as vendas de veículos devem crescer 1,53%, para 3,6 milhões de unidades, ante uma previsão inicial de 2,95%. "Ainda é respeitável, o número segue dentro da realidade", completou.

A Fenabrave trabalha com a perspectiva de que as vendas acumuladas de 2013 até agosto possam apresentar resultado negativo ante o acumulado dos oito primeiros meses de 2012, mas que haverá uma reversão no cenário nos últimos meses deste ano.

"Agosto de 2012 foi o recorde histórico de vendas, com 405 mil unidades, e não chegaremos a esse número este ano. Mas temos informações seguras de que o governo vai voltar o IPI em janeiro para os porcentuais anteriores à redução, razão pela qual teremos um impulso nas vendas no final deste ano", disse Meneghetti.

As vendas de 323.916 unidades de autos e comercias leves em julho foram puxadas "fundamentalmente pelos financiamentos de bancos das montadoras", com promoções de até 36 meses sem juros e 50% de entrada para a aquisição de veículos, informou o executivo.


Os estoques médios de autos e comerciais leves na rede de concessionárias ficou entre 45 e 48 dias de vendas em junho e atingiram "um nível preocupante", de acordo com Meneghetti. Segundo ele, os estoques ideais nas concessionárias teriam de ser o suficiente para suprir entre 25 e 30 dias de vendas desses veículos.

Algumas lojas relataram estoques acima de 50 dias e os estoques médios chegaram até mesmo acima dos cerca de 40 dias registrados no ano passado, quando o governo reduziu o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para incentivar as vendas. No entanto, ao contrário de 2012, o cenário nas lojas é de vendas altas e o impacto no crescimento dos estoques vem do setor produtivo.

De acordo com Meneghetti, a saída para reduzir os estoques foi a negociação com as montadoras para diminuírem o ritmo de produção de veículos. "A indústria vinha trabalhando em sistema full power, mas já reduziu horas extras e trabalhos aos sábados e esperamos que, em 60 dias, os estoques voltem aos níveis ideais", afirmou Meneghetti.

O executivo voltou a criticar as depredações de concessionárias nas manifestações recentes e classificou os protestos recentes como atos de vandalismo. "Isso nos assusta, pois é banditismo. São pessoas mascaradas e às vezes a própria polícia não consegue agir", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosIndicadores econômicosIndústriaIndústrias em geralPIBVeículosVendas

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE