Economia

'Prévia do PIB', IBC-Br mostra que economia caiu 0,27% em setembro

Com a queda de setembro, o índice fechou o terceiro trimestre com contração de 0,14% na comparação com os três meses anteriores

PIB (Cris Faga/Getty Images)

PIB (Cris Faga/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 16 de novembro de 2021 às 10h17.

Última atualização em 16 de novembro de 2021 às 10h20.

A atividade da economia brasileira registrou perdas em setembro pelo segundo mês seguido e fechou o terceiro trimestre com contração, indicando a possibilidade de recessão técnica, mostraram dados do banco Central divulgados nesta terça-feira.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve recuo de 0,27% em setembro na comparação com agosto, segundo dado dessazonalizado informado pelo BC.

Para piorar o cenário, o BC revisou com força para baixo o dado de agosto a uma queda mensal de 0,29%, de recuo de 0,15% informando anteriormente. O resultado de setembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de perda de 0,30%.

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Isso levou o índice a fechar o terceiro trimestre com contração de 0,14% na comparação com os três meses anteriores, em meio à dificuldade de recuperação da economia ao caminhar para o final do ano.

O IBGE divulga os dados oficiais do PIB no dia 2 de dezembro, depois de informar recuo de 0,1% no segundo trimestre. Se confirmada a segunda contração trimestral, isso caracterizaria recessão técnica.

Na comparação com setembro de 2020, o IBC-Br registrou alta de 1,52%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 4,22%, de acordo com números observados.

Ainda tentando deixar para trás os danos causados pela pandemia de Covid-19, a economia brasileira enfrenta incertezas no país com inflação e desemprego elevados, além do ano eleitoral em 2022.

Buscando conter o forte aumento dos preços, o BC vem intensificando o aperto monetário, tendo já elevado a taxa básica de juros Selic ao nível atual de 7,75%.

Ainda assim, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou nesta terça-feira que a autoridade monetária precisa ser realista quanto à piora da inflação, que aconteceu tanto em termos quantitativos quanto qualitativos.

A indústria brasileira encerrou o terceiro trimestre com perdas de 1,7% sobre o segundo, depois de recuo da produção de 0,4% em setembro.

O varejo teve perdas de 1,3% em setembro, bem cima do esperado, e fechou o terceiro trimestre com queda de 0,4%. Além disso, os serviços, que vinham dando sustentação à atividade, tiveram recuo inesperado do volume no mês, de 0,6%.

Entre os especialistas econômicos, a piora do cenário econômico vêm sendo uma constante tanto para este ano quanto o próximo. A pesquisa Focus realizada pelo BC com uma centena de economistas aponta que a expectativa agora é de um crescimento do PIB de 4,88% em 2021, indo a 0,93% em 2022.

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