Economia

Prévia do IPCA-15 do ano ultrapassa meta de inflação do BC

No ano, o índice acumula alta de 6,56%, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2011, que é 6,5%

Segundo o IBGE, os alimentos e bebidas exerceram a principal pressão sobre o resultado de dezembro, ao passarem de 0,77% para 1,28% (Jay Directo/AFP)

Segundo o IBGE, os alimentos e bebidas exerceram a principal pressão sobre o resultado de dezembro, ao passarem de 0,77% para 1,28% (Jay Directo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 09h36.

Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia da inflação oficial do país, aumentou em dezembro para 0,56%. O resultado do mês anterior foi 0,46%. No ano, o índice acumula alta de 6,56%, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2011, que é 6,5%. O centro da meta da inflação do Banco Central é 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

De acordo com dados divulgados hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos e bebidas exerceram a principal pressão sobre o resultado de dezembro, ao passarem de 0,77% para 1,28%. Com contribuição de 0,30 ponto percentual na formação do índice , o grupo foi responsável por 54% da taxa.

Pesaram mais no bolso do consumidor, entre os dois meses, as carnes, que ficaram 4,36% mais caras em dezembro após terem subido 1,30% em novembro. O levantamento também mostra que ficaram mais caros no período a refeição fora de casa (de 0,75% para 1,13%), o lanche (de 0,30% para 1,57%), o café da manhã (de –0,15% para 2,11%), a cerveja (de 1,98% para 3,27%), o feijão carioca (de –1,24% para 2,51%), o frango inteiro (de 0,91% para 2,11%), o café moído (de 3,13% para 2,20%), o refrigerante (de 0,89% para 1,70%) e o pão francês (de –0,06% para 0,89%).

Também houve aumento em habitação (de 0,40% para 0,54%) e em vestuário (de 0,87% para 1,10%). Já os transportes tiveram queda de 0,08% depois de registrarem alta de 0,02%, um mês antes, e ajudarem a evitar uma alta maior do IPCA-15. O resultado foi influenciado pelas passagens aéreas (de 4,% para –2,06%), seguro voluntário (de –0,56% para –6,73%), automóvel novo (de –0,35% para –0,37%) e usado (de –1,34% para –1,70%), que ficaram mais baratos no período.


No ano, os alimentos tiveram alta de 6,99% e embora tenham impactado o resultado de dezembro, ajudaram a conter o índice de 2011 em relação ao ano anterior, quando haviam subido 10,16%. Com exceção dos artigos de residência, que passaram de 3,49% em 2010 para 1,05% este ano, os demais grupos subiram com mais intensidade. A refeição fora de casa foi o item que exerceu o principal impacto no índice do ano, com alta de 9,81%. O brasileiro também pagou mais caro para consumir um lanche fora de casa (9,60%) ou um café da manhã (11,35%). Além disso, a cerveja nos bares e restaurantes passou a custar 14,34% a mais, enquanto os refrigerantes subiram 10,26%.

Por outro lado, alimentos importantes no orçamento das famílias fecharam o ano com preços bem mais baixos, como o feijão-carioca, que ficou 17,10% mais barato, o feijão-preto (-12,97%) a batata-inglesa (-11,79%) e o alho (-32,91%).

Já os produtos não alimentícios tiveram variação de 6,42% em 2011, superior aos 4,52% de 2010. O item colégios, com alta de 8,09%, ficou com o segundo maior impacto do ano, junto com o item empregados domésticos, cuja alta chegou a 11,37%.

Em dezembro, Salvador (1,12%) mostrou a maior taxa de inflação entre as regiões estudadas pelo IBGE e Curitiba (0,22%), a menor. Considerando o IPCA-15 no ano, Brasília, com 7,02%, apresentou o maior resultado e Belém (4,33%), o mais baixo.

Para calcular o IPCA-15 foram coletados preços entre 15 de novembro e 13 de dezembro e comparados aos vigentes entre 14 de outubro e 14 de novembro. O indicador refere-se a famílias com rendimento até 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, de Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia usada é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços.

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