Economia

Prévia da inflação se aproxima de 5% em 12 meses, diz IBGE

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), medido pelo IBGE, subiu 0,54% em janeiro

IPCA-15: economistas consultados pela Reuters estimavam alta de 0,50 por cento para o período (Getty Images/Getty Images)

IPCA-15: economistas consultados pela Reuters estimavam alta de 0,50 por cento para o período (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 09h06.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 10h10.

São Paulo - A prévia da inflação oficial do Brasil mostrou maior pressão do que o esperado em fevereiro, mas ainda assim atingiu o menor nível para o mês em cinco anos e se aproximou de 5 por cento em 12 meses, dando munição para que o Banco Central continue reduzindo de maneira agressiva a taxa básica de juros.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,54 por cento neste mês, acelerando sobre a alta de 0,31 por cento do primeiro mês do ano num movimento sazonal provocado pelos preços de educação, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

No acumulado em 12 meses até fevereiro, o IPCA-15 subiu 5,02 por cento, contra 5,94 por cento em janeiro e ainda mais perto do centro da meta oficial --4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual. É o menor nível desde junho de 2012, quando o IPCA-15 marcou 5 por cento.

Os resultados ficaram um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters, com alta de 0,50 por cento no mês e de 4,99 por cento em 12 meses.

Após o fechamento dos mercados nesta sessão, o BC divulga sua decisão sobre a Selic. O resultado do IPCA-15 reforça a visão em pesquisa Reuters de redução de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, o que a levaria a 12,25 por cento ao ano, menor nível em dois anos.

O IBGE explicou que em fevereiro o grupo Educação foi o principal responsável pelo resultado do indicador após acelerar a alta a 5,17 por cento, sobre 0,18 por cento em janeiro. Com isso, o impacto foi de 0,24 ponto percentual no índice todo.

"A alta no grupo Educação reflete os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, em especial os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares", explicou o IBGE em nota, informando que os preços dos cursos regulares aumentaram 6,94 por cento, maior impacto individual (0,21 p.p.) no IPCA-15.

As tarifas de ônibus urbanos e intermunicipais, com altas respectivas de 3,24 e 3,84 por cento, também ajudaram a pressionar o resultado do IPCA-15 neste mês.

Com isso, a inflação de serviços acelerou a 1,01 por cento neste mês, contra 0,31 em janeiro, segundo o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano. Já a medida considerada pelo BC acelerou a alta a 0,49 por cento, frente a 0,39 por cento no período.

"A questão é que temos o IPCA convergindo para 4,5 por cento, e o BC tem espaço para flexibilizar e levar a taxa de juros para mais perto da neutralidade", disse ele, acrescentado que a partir de abril existe a possibilidade de o BC acelerar o passo e reduzir a Selic em 1 ponto.

Na outra ponta, mostrou o IBGE, os preços no grupoVestuário recuaram 0,31 por cento em fevereiro, ampliando a queda de 0,18 por cento no mês anterior. Os preços de Alimentação e bebidas também caíram neste mês (-0,07 por cento), depois de subirem 0,28 por cento em janeiro, com destaque para o feijão-carioca (-14,68 por cento) e a batata-inglesa (-7,63 por cento).

A recessão econômica com desemprego ainda alto no país já levaram os economistas consultados na pesquisa Focus do BC a ver a inflação abaixo do centro da meta este ano.

A expectativa no levantamento mais recente é de alta do IPCA de 4,43 por cento, com a Selic a 9,5 por cento.

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