Economia

Prévia da inflação desacelera a 0,15% em março, diz IBGE

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,15 por cento em março, depois de avançar 0,54 por cento em fevereiro

Inflação: IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, teve menor variação mensal desde agosto de 2014 (Thinkstock/Thinkstock)

Inflação: IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, teve menor variação mensal desde agosto de 2014 (Thinkstock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 22 de março de 2017 às 09h21.

Última atualização em 22 de março de 2017 às 10h05.

São paulo - A prévia da inflação oficial voltou a desacelerar em março diante do alívio nos preços de educação e deflação em alimentos, marcando a menor alta mensal em mais de dois anos e meio e que pavimenta ainda mais o espaço para o Banco Central fazer cortes maiores nos juros.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,15 por cento em março, depois de avançar 0,54 por cento em fevereiro, menor variação mensal desde agosto de 2014 (+0,14 por cento), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Nos 12 meses até março, a alta do IPCA-15 chegou a 4,73 por cento, desacelerando sobre os 5,02 por cento do mês anterior e ainda mais próximo do centro da meta oficial de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

Os resultados vieram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters.

Depois de pressionar o índice em fevereiro, o grupo que mais influenciou o resultado deste mês, segundo o IBGE, foi Educação, devolvendo parte dos avanços sazonais de início de ano. Os preços subiram 0,87 por cento em março, após 5,17 por cento no mês anterior.

Os preços dos alimentos, que têm importante peso no bolso do consumidor, recuaram 0,08 por cento, favorecidos pelas quedas em feijão-carioca (-10,36 por cento), feijão-preto (-8,27 por cento), frango inteiro (-2,39 por cento) e carnes (-1,31 por cento).

Também Transportes ajudou no alívio da inflação neste mês, com queda de 0,16 por cento contra avanço de 0,66 por cento em fevereiro, devido principalmente ao recuo de 1,34 por cento nos preços de combustíveis.

A inflação de serviços, que vem sendo observada de perto pelo BC para a condução da política monetária, desacelerou com força a 0,25 por cento neste mês, sobre 1,01 por cento em fevereiro, também como resultado dos preços de educação, segundo o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

A mais recente pesquisa Focus do BC aponta que a expectativa de economistas para o IPCA este ano é de alta de 4,15 por cento, enquanto que para 2018 é de 4,5 por cento.

Com a inflação em desaceleração, as expectativas são de que o BC acelere o ritmo de cortes da taxa básica de juros já em abril, com corte de 1 ponto percentual, após duas baixas de 0,25 ponto cada e outras duas de 0,75 ponto, que levaram a Selic para o atual patamar de 12,25 por cento.

"(O resultado do IPCA-15) consolida aceleração do corte (da Selic), a inflação na base anual está se aproximando do centro da meta", afirmou Rostagno, para quem o BC cortará a Selic em 1 ponto já no próximo mês, com a taxa de juros fechando o ano a 8,5 por cento, "mas com viés de baixa".

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIBGEInflaçãoPreços

Mais de Economia

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições