Economia

Prévia da Inflação: IPCA-15 acelera e fica em 0,33% em julho, acima das expectativas

No acumulado do ano fechou, o índice fechou em 3,40%, enquanto o indicador nos últimos 12 meses caiu para 5,30%

Ibiraci (MG) - O ministro Moreira Franco participa da inauguração da linha de transmissão de energia que liga a Hidrelétrica de Belo Monte ao Sudeste do País. A construção do linhão é parte do Agora, é Avançar Parcerias (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR) (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR/Agência Brasil)

Ibiraci (MG) - O ministro Moreira Franco participa da inauguração da linha de transmissão de energia que liga a Hidrelétrica de Belo Monte ao Sudeste do País. A construção do linhão é parte do Agora, é Avançar Parcerias (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR) (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR/Agência Brasil)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de julho de 2025 às 09h04.

Última atualização em 25 de julho de 2025 às 09h18.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador que é a prévia da inflação oficial do Brasil, fechou em julho em 0,33%, aceleração de 0,07 ponto percentual em relação a junho, quando o índice registrou alta de 0,26%.

O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado veio acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,30%.

No acumulado do ano fechou, o índice fechou em 3,40%, enquanto o indicador nos últimos 12 meses caiu para 5,30%. Em julho de 2024, o IPCA-15 havia registrado um aumento de 0,30%.

Por que o IPCA-15 ficou acima das expectativas?

Segundo o IBGE, a maior variação e o maior impacto positivo vieram do grupo Habitação, com 0,98% e 0,15 p.p., respectivamente. Apesar disso, o grupo teve desaceleração em relação a junho, quando subiu 1,08%.

O principal responsável pelo resultado do grupo foi o aumento de 3,01% nos preços da energia elétrica residencial, subitem com maior impacto positivo no IPCA-15 de julho (0,12 p.p.).

A bandeira tarifária vermelha patamar 1, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100kwh consumidos, foi mantida no mês. 

No mês anterior, a energia elétrica residencial havia variado 3,29%. Reajustes tarifários em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro também influenciaram nos dados. 

Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,25%) foi reajustada em 9,88% em Brasília (5,22%), a partir de 1º de junho, e em 3,83% em Curitiba (0,12%), desde 17 de maio.

Além de Habitação, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de julho:

  • Transportes (0,67%),
  • Despesas pessoais (0,25%),
  • Saúde e cuidados pessoais (0,21%);
  • Comunicação (0,11%)

Alimentação e bebidas (-0,06%), Artigos de residência (-0,02%) e Vestuário (-0,10%) tiveram variação negativa, enquanto Educação (0,00%) teve variação nula.

Queda no preço dos alimentos pelo segundo mês seguido

Em julho, os preços de alimentação e bebidas registraram um recuo de -0,06%, a segunda queda consecutiva. Em junho, a variação negativa foi ainda mais modesta, com -0,02%. A alimentação no domicílio, que já havia mostrado retração em junho, teve uma diminuição maior no mês passado, com uma queda de -0,40%, frente aos -0,24% registrados anteriormente. Os destaques negativos no índice foram a batata-inglesa (-10,48%), a cebola (-9,08%) e o arroz (-2,69%).

Por outro lado, o preço do tomate, que havia caído 7,24% em junho, registrou um aumento de 6,39% em julho.

Já no segmento de alimentação fora do domicílio, houve aceleração no crescimento dos preços, passando de 0,55% em junho para 0,84% em julho. Esse movimento foi impulsionado pelas altas no custo do lanche (que subiu de 0,32% para 1,46%) e da refeição (que teve variação de 0,60% para 0,65%).

IPCA-15 nas capitais pesquisadas

RegiãoPeso Regional (%)Variação
Mensal (%)
 Variação
Acumulada (%)
JunhoJulhoAno12 meses
Belo Horizonte10,040,250,613,725,86
Porto Alegre8,61-0,100,483,665,09
São Paulo33,450,190,403,375,42
Brasília4,840,650,283,595,25
Recife4,710,660,273,534,99
Fortaleza3,880,440,253,395,33
Rio de Janeiro9,770,000,242,834,78
Belém4,460,350,193,585,44
Salvador7,190,420,153,294,90
Curitiba8,090,460,143,735,33
Goiânia4,960,21-0,052,785,19
Brasil100,000,260,333,405,30
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, SistemaNacional de Índices de Preços ao Consumidor.   

Qual foi o resultado do IPCA-15 de maio de 2025?

  • IPCA-15 de julho: 0,33%
  • IPCA-15 no ano: 3,40%
  • IPCA-15 nos 12 meses: 5,30%

Quem calcula o IPCA?

O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados conforme a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada segundo a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA-15?

Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de abril a 15 de maio de 2024 (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

Acompanhe tudo sobre:IPCAIBGE

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