Economia

Presidente do FED, Powell diz que economia dos EUA está "favorável"

Presidente do Federal Reserve, espécie de Banco Central americano, também disse que irá "agir conforme apropriado"

Jerome Powell: segundo Powel, riscos econômicos e geopolíticos que o Fed está monitorando estão relacionados à guerra comercial do governo dos EUA com a China e outros países (Mark Wilson/Getty Images)

Jerome Powell: segundo Powel, riscos econômicos e geopolíticos que o Fed está monitorando estão relacionados à guerra comercial do governo dos EUA com a China e outros países (Mark Wilson/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 11h38.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 13h12.

São Paulo — A economia dos Estados Unidos está em uma "posição favorável" e o Federal Reserve irá "agir conforme apropriado" para manter o ritmo de expansão da economia, disse o chairman do Fed, Jerome Powell, nesta sexta-feira em um discurso que deu poucas pistas sobre se o banco central vai cortar os juros ou não em sua próxima reunião.

Powell, que está sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para cortar a taxa de juros em breve e com força, listou uma série de riscos econômicos e geopolíticos que o Fed está monitorando -- vários deles, segundo Powell, estão relacionados à guerra comercial do governo dos EUA com a China e outros países.

Mas "a economia norte-americana continua com um desempenho no geral muito bom", disse Powell em um discurso preparado para o simpósio econômico anual do Fed em Jackson Hole. "Os investimentos empresariais e a indústria têm enfraquecido, mas o sólido crescimento de empregos e salários têm levado a um consumo forte e dado suporte ao crescimento em geral moderado."

Se as guerras comerciais afetaram o investimento empresarial e a confiança e contribuíram para a "deterioração" do crescimento global, Powell disse que o Fed não poderá consertar tudo isso através da política monetária.

Não há "precedentes recentes para orientar qualquer resposta de política monetária à situação atual", disse Powell, acrescentando que a política monetária "não pode fornecer um livro de regras estabelecido para o comércio internacional."

Além disso, a possibilidade de um "Brexit" sem acordo, as tensões em Hong Kong, uma desaceleração econômica em lugares como Alemanha e outros problemas no exterior, Powell disse que o Fed precisa "olhar através" da turbulência de curto prazo e se concentrar em como os EUA estão.

Powell acrescentou que os cortes nos juros na década de 1990 ajudaram a manter a expansão econômica intacta.

Mas o tom geral de sua declaração pode decepcionar os investidores que esperam que o Fed reduza os juros em sua reunião de setembro e, possivelmente, várias outras vezes este ano. O banco central reduziu a taxa de juros em julho, no que Powell se referiu como um ajuste de meio de ciclo.

É também provável que desaponte Trump, tanto ao focar no impacto que a incerteza do comércio está tendo na economia global, quanto em não dar um sinal claro de que mais cortes estão por vir.

O Fed tem que "olhar para o que podem ser eventos passageiros, focar em como a evolução do comércio está afetando as perspectivas, e ajustar a política monetária para promover nossos objetivos" de inflação de 2% e um mercado de trabalho forte.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemJerome Powell

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE