Economia

Presidente do BCE tenta guiar mercados concentrados no Fed

Mario Draghi lutará por redução das taxas de juros do mercado, mas recuperação em fase inicial reunião iminente do Fed torna o isso uma missão quase impossível

O presidente do BCE, Mario Draghi, em Frankfurt: o projeto é fundamental para a Espanha, imersa em recessão há meses após a crise bancária (©AFP/Archivo/Johannes Eisele)

O presidente do BCE, Mario Draghi, em Frankfurt: o projeto é fundamental para a Espanha, imersa em recessão há meses após a crise bancária (©AFP/Archivo/Johannes Eisele)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 11h05.

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, irá lutar para tentar influenciar a redução das taxas de juros do mercado na quinta-feira, mas a recuperação ainda em fase inicial na zona do euro e a reunião iminente do Federal Reserve torna o trabalho de Draghi uma missão quase impossível.

Abandonando sua tradição de nunca se comprometer antecipadamente com movimentos futuros, o BCE informou em julho que iria manter suas taxas nos níveis atuais ou mais baixos por "período prolongado"  -seu primeiro uso da orientação futura.

Mas a medida fracassou em convencer os investidores, que têm empurrado para cima as taxas do mercado de dinheiro, em resposta aos fortes dados econômicos e às expectativas de que o Fed começará a reduzir seu estímulo, possivelmente a partir deste mês.

A melhora do cenário econômico, sustentada por notícias na segunda-feira de que as fábricas aceleraram a atividade em agosto, enfraqueceu a chance de redução de taxas pelo BCE quando suas autoridades se reunirem na quinta-feira.

"Não acho que eles discutirão uma redução de taxa", disse Andrew Bosomworth, o gerente sênior de portfólio da Pimco, maior fundo de títulos do mundo.

O BCE debateu a redução das taxas em julho, mas decidiu não fazê-la e, em vez disso, fez sua orientação.

"Os dados positivos acabaram ofuscando a orientação futura", disse Bosomworth. "Falar é fácil, mas não é tão eficaz quanto as ações".


Assim como ocorreu com o banco central britânico, a recuperação econômica tem fortalecido o ceticismo do mercado quanto aos esforços do BCE. O alerta de Draghi de que as expectativas de aumentos de taxas "não eram justificáveis" não surtiu efeito.

As novas estimativas dos membros do BCE que serão divulgadas na quinta-feira não devem mudar de maneira perceptível ante as últimas projeções em junho, e irão, portanto, oferecer pouca margem para uma mudança de política.

Uma pesquisa da Reuters mostrou na segunda-feira de 20 de 22 delares consultados disseram que o BCE não fará nada mais, particularmente com os sinais de uma nascente recuperação econômica na zona do euro.

O economista Carsten Brzeski do ING não detectou um sentimento de urgência entre as autoridades do BCE para tornarem a orientação deles mais específica --como o Fed ou o BC britânico--, deixando para Draghi tentar influenciar a diminuição das taxas de mercado.

"É um grande desafio para as habilidades de comunicação de Draghi", resumiu Brzeski.

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